Saudações Literárias! Sessão de abertura da Fligê destaca a Literatura e Ancestralidades

O tema “Literatura e Ancestralidades” foi o grande destaque da sessão de abertura da Fligê 2022, na noite dessa quinta-feira, 11, no Centro Cultural de Mucugê.

Representantes do Governo do Estado, do município e organizadores do evento ressaltaram a importância da preservação da memória e da história dos povos originários.

A secretária estadual de Políticas Públicas Para Mulheres, Julieta Palmeira, representando o governador do Estado, Rui Costa, também destacou o protagonismo feminino. “Falar em ancestralidades não é só falar das origens, é mais que isso, é falar do protagonismo das mulheres na produção de conteúdo, no cotidiano da vida e em sua luta pela equidade de gênero. É falar também da resistência das mulheres negras e indígenas que fazem do dia a dia um viver e resistir. Resistir é viver. Literatura e Ancestralidades têm muito a ver com nós mulheres”.

Secretária estadual de Políticas Públicas Para Mulheres, Julieta Palmeira.

Durante a cerimônia, Zulu Araújo, presidente da Fundação Pedro Calmon, reforçou sobre a riqueza da temática. “O tema ‘Literatura e Ancestralidades’ vem muito a calhar, não apenas para a Feira Literária de Mucugê, como também, para o fazer cultural e literário da Fundação Pedro Calmon, instituição responsável pela memória, história e pelo estímulo ao livro, à leitura e à escrita”. Araújo representou a secretária de Cultura do Estado da Bahia, Arany Santana.

A valorização da vida, da ciência e o direito à leitura reverberou nas palavras de Ester Figueiredo, curadora da Fligê. “Nós temos que vingar os ancestrais que não estão mais aqui, porque deixaram suas memórias, suas histórias e nos inspiraram e, àqueles que a pandemia, que foi tratada de forma tão irresponsável, levou. Por isso que é ‘Literatura e Ancestralidades’, porque nós temos direito à vida e à leitura e, também, porque Mucugê é esse livro aberto que vocês vão encontrar pelas ruas e em todos os espaços que estão aqui”.

Participaram ainda da sessão de abertura, o presidente do Instituto Incluso, Geovane Viana, que pontuou o trabalho de 15 anos da instituição e a inclusão do tema Literatura nas ações. “Lá em 2016, fizemos uma feira pequena, que era grande na sua ideia, mas limitada na sua estrutura. Mas fizemos, e a Feira deu certo e hoje chegamos à sua quinta edição. A Fligê é reconhecida como um grande evento de literatura”.

O curador da Fligê&Tu, Marcos Zacaríades, acolheu a parceria e a extensão da Fligê até a Galeria Arte&Memória. “É um espaço pequeno, mas muito intimista, que contribui para esse encanto que é a Feira Literária”. Paulo Gabriel Nacif, presidente do Conselho Estadual de Educação da Bahia, também marcou presença. “Quero registrar que é um orgulho muito grande estar aqui enquanto presidente do Conselho”.

Curador da Fligê&Tu, Marcos Zacaríades.

Lembrando o encontro embrionário para a realização da primeira edição da Feira Literária de Mucugê, no ano de 2016, a prefeita Ana Medrado reafirma seu compromisso para a continuidade da Feira, que é tão significativa para o município, além de falar da emoção como parceira do evento. “Eu como prefeita de Mucugê, e toda a nossa população, nós estamos dentro desse sonho que vocês sonharam e que nós estamos realizando juntos”.

“A Fligê é diversa, é única, é de todos nós! A Fligê não é só um evento, ela é política de literatura, de cultura e de leitura. Na perspectiva da ancestralidade, é nosso direito de estar vivo, de comemorar a vida, direito de estar aqui nesse lugar. E ninguém tem o direito de tirar o chão que a gente pisa, o chão que a gente ara, o chão que a gente escreve, o chão que a gente vive, por isso que é tema ‘Literatura e Ancestralidades’. Declaramos aberta a 5ª edição da Feira Literária de Mucugê!”, completa Ester Figueiredo.

 

Texto: Joana Rocha| Fotos: Vinícius Brito.


Galeria de Fotos