O responsável pela seleção das canções e dos arranjos executados foi o violinista, maestro e um dos músicos mais completos da música brasileira e baiana, João Omar
Na última noite da programação, domingo (14/08), a orquestra ARCOS apresentou, na Praça dos Garimpeiros, um emocionante espetáculo de encerramento da Fligê 2022. O responsável pela seleção das canções e dos arranjos executados foi o violinista, maestro e um dos músicos mais completos das canções nacionais e baianas, João Omar.
A ancestralidade presente nas músicas esteve como pilar durante a preparação e escolha do repertório. Foram selecionadas músicas de autores que evocam símbolos e simbolizam fundamentos na cultura brasileira e, principalmente, nordestina, a fim de apresentar novas possibilidades musicais para o público.
O maestro à frente do espetáculo entende que a música pode e se comunicar muito rapidamente com as pessoas, desde a manifestação rítmica até os símbolos que ela pode produzir em quem a escuta. Para ele, ela seria uma potencializadora da cultura. “A música gera sentido, e, ao fazer isso, estaremos religando a nossa ancestralidade” afirmou.
João Omar destacou, também, a importância de algumas das canções escolhidas, como Leão do Norte, de Lenine, que traz referência ao Movimento Armorial e ao mestre Vitalino, como também Asa Branca, símbolo da música nacional. “A música precisa reverberar, não só o imaginário da cultura popular, como também esses nomes da música brasileira”, finalizou.
A apresentação contou com a participação especial do músico João Luiz, anunciado pelo maestro para ser a voz das canções que representariam o samba. O músico entende que o Brasil é musicalmente muito vasto e que juntar o erudita e o popular em uma atração representa essa diversidade. “Quando reunimos tudo isso em um espetáculo, mostramos o povo brasileiro, essa efervescência, essa riqueza, essa mistura”, declarou o artista.
Segundo ele, dividir o palco com João Omar é um privilégio e uma grande emoção e não deixou de tecer elogios ao maestro. “É um profissional de excelência e está buscando levar a música de concerto e formar a plateia, então isso me emociona demais”, afirmou, com entusiasmo, João Luiz.
O espetáculo musical sensibilizou todo o público presente e marcou o fim da programação da Fligê 2022.
Texto Yasmin Luene. Fotos Vinícius Brito.