O material que compõe o repertório de Chirlei traz o eu-lírico romântico da mulher lésbica. A cantora procura ocupar o lugar da diversidade
Na noite da sexta-feira (12), a cantora e compositora conquistense Chirlei Dutra se apresentou no palco da Fligê. A artista, que já possui 20 anos de carreira musical, mas há 5 deles compõe músicas autorais e procura ocupar um lugar de representatividade no mundo da música.
“O momento exigiu que eu falasse um pouco desse meu lugar, de mãe, mulher e cantora, guitarrista, deixar de cantar as músicas de outras pessoas e começar a contar a minha história e é isso que eu quero trazer para o show de hoje”, afirma Chirlei.
Em entrevista à equipe de reportagem da Fligê, Chirlei disse que suas músicas são uma síntese de tudo o que ela ouve e toca, no rock, folk e MPB e de suas raízes ancestrais. “Eu venho compondo músicas a partir de coisas que eu trago da minha mãe, da minha vó e da minha bisavó”. Além disso, ela ressalta que sentiu a necessidade de cantar sobre a sua própria história, após se tornar mãe. “Quando você é mãe, você sente mais vontade de legitimar o seu lugar”, conta ela.
O material que compõe o repertório de Chirlei traz o eu-lírico romântico da mulher lésbica. Para ela, a música contemporânea geralmente traz os sentimentos da mulher heterossexual, entretanto, a cantora procura ocupar o lugar da diversidade. “Essas músicas vão impulsionar outras mulheres a falarem o que elas sentem”, completa.
Chirei, que também é psicoterapeuta e musicoterapeuta, ressalta o papel da música como canal de identificação das emoções. “A música é um canal de acesso a emoções muito importante”, afirma.
O público cantou e dançou ao som de Chirlei Dutra que animou toda a Praça dos Garimpeiros na terceira noite da Feira Literária de Mucugê. “Eu amei, eu estava esperando muito um show de Rock. O fato dela estar cantando músicas autorais faz toda a diferença”, afirma Clara Oliveira, que curtiu o show dançando com amigos.
Texto Malu Lima. Fotos Diego Eleuterio
