Abertura da Fligêcine exibe curta-metragem Áurea

O filme reúne o conhecimento tradicional da parteira Áurea com o saber científico do médico Áureo Augusto

O Fligêcine, que começou na sexta-feira (12/08), exibiu o curta-metragem “Áurea”, lançado em 2021. Com direção de Hewelin Fernandes, o filme reúne duas sabedorias que se fundem, o conhecimento tradicional da parteira Áurea com o saber científico do médico Áureo Augusto. Juntos, a parteira e o médico já realizaram mais de 100 partos domiciliares na comunidade do Vale do Capão, distrito de Palmeiras, na Chapada Diamantina.

Segundo Hewelin, que há 5 anos iniciou seu trabalho audiovisual no Vale do Capão, o curta surgiu após ouvir histórias de parteiras da cidade e perceber a conexão que Áurea e Áureo tinham. “O curta-metragem mostra o encontro entre a parteira Áurea e o médico Áureo Augusto e essa troca de sabedorias entre eles. É um filme que fala de ancestralidade e que está bem relacionado com o tema da Fligê deste ano”, explicou a diretora do curta. 

As parteiras, para Hewelin, são um símbolo da ancestralidade de antepassados do Brasil. “Elas são essenciais, principalmente em lugares pequenos no interior do país, em que, muitas vezes, não têm hospital nem médicos. Elas têm essa função de ajudar a mulher a trazer um ser para o mundo”, destacou Hewelin.

Já para Áureo Augusto, que esteve presente na exibição, participar do filme foi um momento emocionante em sua vida. O médico também destacou a importância da Fligê para juventude da região. “Eu fiquei chocado, no bom sentido, de ver a quantidade de crianças e adolescentes na Feira. Todos loucos por livros, comentando e um chamando mais jovens para participar. A Fligê é um grande incentivo para essa juventude”, ressaltou Áureo. 

Tamile Costa Machado, que assistiu o curta no Fligêcine, contou o quanto ficou emocionada com a história da parteira e do médico. “Ver duas pessoas com trajetórias diferentes e conhecimentos distintos é perceber que existe um ponto em comum. Talvez a ciência precise estudar mais a sabedoria ancestral e, assim, entender onde reside a nossa humanidade”, declarou Tamile. 

Às 17h, o Fligêcine, seguiu sua programação com a exibição do curta-metragem “Dara: a primeira vez que fui ao céu”.

A programação da FligêCine seguiu até o domingo (14), com a exibição de curtas e longas metragens que desdobram o tema das Ancestralidades.

Texto Rebeca Spínola | Fotos Diego Eleuterio


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