O grupo realizou duas apresentações para as crianças da Fligê, no sábado (13) e no domingo (14)
A MalaMalaTum retorna à Fligê, depois de participarem da segunda edição, em 2017, e leva em sua bagagem, cheia de imaginação e criatividade, a contação de histórias para o público infantil da Fligêzinha. Carregada de memórias, lembranças e causos, as malas antigas e encantadas da atriz Luciana Araújo e do músico Vicente Soares resgatam o jeito particular da infância.
“Estou muito emocionada porque num pós-pandemia de dois anos, a gente tem a oportunidade de novamente estar em contato, contando histórias, sobretudo para o público da Fligê, que vem aqui para isso”, conta Luciana. Ainda segundo a atriz, a trajetória da MalaMalaTum tem um envolvimento com as músicas da nossa cultura popular brasileira e, principalmente, da cultura afro-brasileira. “Eu vim do teatro, fui para o maracatu de baque virado, samba de roda, jongo, tambor de crioula, o coco, a ciranda (danças regionais), e a MalaMalaTum surgiu desse encontro da ancestralidade. MalaMalaTum é um nome que vem da oralidade e da infância”.
Atentas e bem participativas, as crianças interagiram e vibraram com a recreação literária e musical levada pelos artistas que contam e cantam a oralidade transmitida pelos nossos antepassados. Uma dessas crianças foi Sara Silva, 8 anos, que disse gostar muito de ler. “Eu estou aqui desde o primeiro dia e essa foi a atividade que eu mais gostei. Eu amei a Fligê e eu virei sem falta amanhã”.
Propiciando um espaço de liberdade infantil e sempre estimulando o contato com a leitura, a Fligêzinha também mergulha no tema da Fligê para levar o aprendizado através do lúdico. “Neste ano, nos inspiramos no livro ‘O Agente laranja e a maçã do amor’, do griô Chico César”, explicou Vicente, ao abordar a influência do multiartista paraibano. O amor entre duas frutas em uma festa popular é o fio condutor da obra escolhida especialmente para a Fligê 2022.
Narrando, cantando e tocando, MalaMalaTum se propõe a despertar a criança que ainda existe em cada um de nós, adultos. “Às vezes, a gente precisa resgatar a cultura da infância e não só das crianças, mas também da infância que está dentro da gente. A gente precisa resgatar para sobreviver. Tantas coisas são tão importantes em nosso cotidiano e a gente vai se afastando”, finaliza Luciana Araújo.
Texto Joana Rocha. Fotos Diego Eleuterio