A discussão foi mediada pela acadêmica Jamile Borges e teve como tema “Ancestralidade, literatura e meio ambiente no enquadre dos gestos de salvar a vida”
Na tarde da quarta-feira, 12 de agosto, a quarta mesa da programação da Fligê contou com a participação da jornalista Cristina Serra e do escritor Daniel Munduruku. A discussão foi mediada pela acadêmica Jamile Borges e teve como tema “Ancestralidade, literatura e meio ambiente no enquadre dos gestos de salvar a vida”.
O bate-papo foi iniciado com a apresentação de Cristina Serra. Ela disse que deixou o jornalismo político para trabalhar na cobertura ambiental e quando houve a tragédia na cidade de Mariana, em Minas Gerais, foi escalada para cobrir o caso para a TV. Entretanto, Cristina conta que a reportagem para a televisão não foi suficiente para contar as histórias daquelas pessoas. “A dor das pessoas não entra na cobertura jornalística, e eu escrevi esse livro para contar essas histórias”.
Logo depois, a fala foi do escritor e professor universitário Daniel Munduruku. Representante do povo indígina Munduruku, Daniel já lançou cerca de 50 livros tratando de memórias e rotinas de seu povo. Para ele “A memória é um instrumento para não esquecer que somos”.
Ao fim das falas dos escritores, a mediadora Jamile Borges questionou ambos sobre como a escrita lhes ajuda a produzir uma catarse diante de tanta crueldade. Cristina respondeu que “a literatura me apontou o meu caminho e é isso que me traz até aqui, nessa reflexão com vocês”.
Em seguida, Daniel contou à plateia uma história, sobre quando ele, uma vez, contou a crianças pequenas as suas memórias de quando era criança e ao fim da história um menino o perguntou: “Tio, onde eu acho essas histórias para ler?”. Isso o inspirou e impulsionou a sua carreira literária. “Eu comecei a escrever como um exercício de lembrar”.
Confira a mesa completa no canal da Fligê no YouTube:
Texto Malu Lima. Fotos Thiago Gama.