O show trouxe clássicos da literatura de Jorge Amado em um espetáculo de música e dança que rememorou a cultura afro-baiana
Na noite desta quinta-feira (11), a peça musical Odú Orun-Aye percorreu as ruas do Centro Histórico de Mucugê. Inspirada nas obras de Jorge Amado, a performance fundiu as histórias de Quincas Berro D’água, Dona Flor e Seus Dois Maridos, Gabriela, Cravo e Canela, O Compadre de Ogum e Tereza Batista em um único espetáculo carnavalesco e itinerante.
Cenas do espetáculo Odú Orun-Aye.
O musical trouxe, além dos clássicos baianos, um show que esbanjou cores, danças, movimentos e músicas com trompetes, tambores e saxofone, que rememorou a cultura afro-baiana. A atração trouxe uma forte crítica social a Bahia do tempo de Jorge Amado em paralelo com a Bahia atual. A população de Mucugê acompanhou toda a encenação que foi finalizada no palco da Praça dos Garimpeiros.
A atriz Mariana Borges, contou, emocionada, o quanto foi importante para ela trazer esse espetáculo para a Fligê. “É importante demais a gente trazer para as pessoas, mostrar para as pessoas, como isso faz parte da gente, porque é nosso. O que fizeram com as religiões de matriz africana ao longo dos anos é absurdo. Então, o fato da gente trazer isso para o teatro, mostrar para as pessoas o quanto isso é bonito, o quanto é importante e o quanto é gigante, é fundamental”, ressalta a atriz.
Cenas do espetáculo Odú Orun-Aye.
Para Gil Teixeira, ator que interpretou Quincas Berro D’água e Jorge Amado, a literatura do autor mostra tudo aquilo que o brasileiro realmente é. “Ele tinha essa sensibilidade essa capacidade de perceber a importância dessas figuras que até então eram até então desprezadas e deixadas à margem da sociedade. Representar Jorge Amado me emociona desde o convite”, completa o ator.
O grupo se apresenta novamente na Feira Literária de Mucugê às 18h pelas ruas do Centro Histórico da cidade, nesta sexta-feira, 12 de agosto.
Texto: Malu Lima | Fotos: Thiago Gama.
