Documento assinado no Encontro do Conselho Estadual de Educação da Bahia e dos Conselhos Municipais, durante a Fligê 2024, normatiza o papel de instituições educacionais na formação de leitores
A educação transformadora caminha com a literatura e a arte. Essa é uma bandeira defendida desde a concepção e enquanto projeto permanente da Feira Literária de Mucugê.
Na manhã desta quinta (25), segundo dia da Feira, essa parceria foi fortalecida durante o Encontro do Conselho Estadual de Educação da Bahia e dos Conselhos Municipais, realizado na Câmara Municipal de Mucugê.
A atividade foi ocasião para que o Conselho Estadual de Educação da Bahia (CEE-Bahia) apresentasse uma resolução, lançada na última terça-feira (23), que normatiza e referencia a presença da educação artístico-literária na Educação Básica e Educação Superior da Bahia.
A mesa do Encontro foi composta por Ester Figueiredo, curadora da Fligê, Ana Olímpia Medrado, prefeita de Mucugê, Roberto Gondim, presidente do CEE-Bahia, Dinalva Melo, vice-presidente do CEE-Bahia, Gilvânia Nascimento, coordenadora da Uncme (União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação), Ricardo Matos, presidente da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) da Chapada Diamantina, Rosane Lima, secretária de Educação de Mucugê, e Marcos Paraguaçu, presidente do Conselho Municipal de Educação (CME) de Mucugê.
Origem da resolução
Gilvânia, coordenadora da Uncme, destacou que a apresentação da Resolução CEE Nº 147 durante a Fligê é simbólica, pois o embrião desse documento teve origem na edição da Fligê de 2023, durante um encontro ocorrido na mesma Câmara Municipal de Mucugê.
“Nasceu aqui, exatamente neste plenário, a perspectiva de que precisaríamos regulamentar a educação artístico-literária. Portanto, o lançamento dessa resolução na Fligê é muito pertinente”, disse.
Ela ressaltou ainda que o projeto pedagógico da Fligê não se encerra durante a ocorrência do evento, uma vez que o projeto literário da Feira envolve estudantes durante todo o ano letivo.
Para simbolizar a união de cultura e educação proposta pela Fligê, Gilvânia cita um momento marcante para ela da edição de 2022. “Participei do lançamento do livro Literatura e Ancestralidades, envolvendo todas as escolas da rede municipal. Esse movimento da Fligê impulsiona positivamente o movimento que tem que acontecer nas escolas sobre leitura e literatura”, afirmou.
Presença de Conselhos Municipais
O evento contou com a participação de conselheiros representantes de 17 municípios baianos, principalmente da região da Chapada Diamantina. Roberto Gondim, presidente do Conselho Estadual de Educação da Bahia, destacou a importância de aproximar o Conselho Estadual dos Conselhos Municipais de Educação. “Uma das nossas ações no Conselho é descentralizar as suas atividades, percorrer os vários territórios e conhecer suas realidades, aproximando, na prática, as dinâmicas do Conselho Estadual com os Conselhos Municipais”, informou.
Ele também sublinhou que a Fligê era o território apropriado para apresentar a Resolução nº 147. “É muito significativo que essa resolução, que normatiza a presença da arte e da cultura nas escolas baianas, esteja sendo apresentada justamente aqui na Fligê, que tem esse princípio e esse preceito de envolver arte e educação”, afirmou.
Literatura como política pública
Durante o encontro, foi reforçada a necessidade de fortalecer a relação entre arte e educação por meio de políticas públicas. A professora Ester Figueiredo, curadora da Fligê, defendeu que “a educação e a cultura devem ser assumidas como políticas de formação humana e de impacto na qualidade de vida das pessoas”.
Dinalva Nascimento, vice-presidente do CEE-Bahia, afirma que o Conselho viu na Fligê mais do que um evento literário, mas também a inspiração de que os sonhos são possíveis. “Vimos que os sonhos de casamento entre arte e educação precisam ser efetivados e que são viáveis. Então, aqui vimos que podemos realizar os nossos sonhos e que exatamente a partir daqui esse sentimento reverberará por todo o país. Viva a nossa resolução, viva a Fligê. Que a arte e a educação estejam presentes nas nossas salas de aula, nos nossos corações e nas nossas vidas”.
Além da Resolução nº 147, também foram apresentadas durante o Encontro resoluções sobre o antirracismo e sobre a valorização da história baiana, principalmente sobre a Independência do Brasil na Bahia.
Repórter: Érika Camargo
Fotografia: Thiago Gama