Do Lugar

Duas igrejas, uma praça com coreto e o calçamento de pedras fazem de Mucugê aquela cidadezinha do interior onde planejamos viver a nossa mais tenra idade.

Mucugê é a primeira cidae das lavras diamantinas, bem no coração da Chapada Diamantina. Tombada pelo Patrimônio Histórico desde 1980,  possui um conjunto arquitetônico em estilo colonial bem cuidado, destacando-se o cemitério em estilo bizantino (único nas Américas), igrejas, casario e uma gastronomia consolidada.

Lutas pela posse do garimpo, de defesa contra a Coluna Prestes e de destemidos coronéis que eram respeitados pelo poder e riqueza compõem o cenário histórico e o imaginário da sua população, simples e acolhedora.

Com temperatura média anual  em torno de 18°C, a cidade é dona de um grande patrimônio natural, abrigando 52% de todo Parque Nacional da Chapada Diamantina e o Parque Municipal de Mucugê, oferecendo locais de rara beleza, como cachoeiras, paisagens, vales e canyons. Bucólica, aconchegante e mágica, o calendário cultural de Mucugê tem atrativos de janeiro a dezembro, sendo destacado o mês de agosto, com a Fligê. Visite e encante-se!

Mucugê (BA)

Região: Centro-sul baiano

Distância da capital: 448 km

População: 10 mil pessoas

Território: 2,5 mil km2

Clima: semiúmido

Altitude: 984 m

 

Pedras e palavras no meio do caminho

A literatura e a arquitetura são ferramentas poderosas para a compreensão do passado, das nossas origens e dos nossos ancestrais, nos possibilitando diferentes interpretações sobre nosso próprio mundo. Uma nos molda e constrói nossas próprias memórias através das memórias de outrem. A outra nos coloca em contato direto com os vestígios antigos, é poesia edificada, palpável, áspera e ao mesmo tempo afável.

Muito antes de serem considerados um bem coletivo, patrimônio de uma determinada sociedade, muitos edifícios e cidades também já estiveram na ponta do lápis daqueles escritores que se dedicaram a escrever a literatura das cidades. Mucugê não. A literatura edificada mucugeense foi escrita pelas mãos dos garimpeiros que aqui primeiro chegaram, embebidos pelos saberes transmitidos por seus ancestrais e utilizando os materiais que esta terra melhor lhes proporcionava, a pedra e o barro. A relação da cidade com o vale é pura poesia, como bem descreveu Teodoro Sampaio, ao defini-la como um pouso de garimpeiros à beira das lavras.

Há três anos a Fligê passou a escrever novos capítulos desta história, ocupando as ruas e os espaços de Mucugê, levando a literatura para uma cidade em que a cultura pulsa. Ao longo dos quatro dias de evento, as trocas de experiências e saberes fincam raízes em quem passa e em quem fica, construindo assim, através das mais distintas vivências e recordações, a própria identidade do evento. As ruas, praças e equipamentos culturais se tornam, enfim, o palco daqueles que escrevem e vivenciam a literatura a cada edição da Fligê.

Fellipe Decrescenzo – Arquitetura e Patrimônio

 


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