Casas parceiras Confralib e Palavra Borboleta ampliam programação da Fligê

As casas parceiras trazem muito mais diversidade para a Fligê. Este ano tivemos a parceria entre a Confraria de Autoras de Literatura Infantil da Bahia (Confralib) e a Palavra Borboleta, que organizaram uma programação completa durante a nossa feira literária. Um dos momentos foi protagonizado pela Confraria Poética Feminina, em um sarau e lançamento de diversos escritos por mulheres.

Os lançamentos incluíram “Na Quarta a Gente se Lê” de Érica Azevedo, “Escrevivências” de Amparo Assunção, “O Rio do Sangue dos Meninos Pretos” de Gabriel Nascimento, “Nos Caminhos do Fogo Simbólico: Uma História da Independência do Brasil na Bahia e Ecos de Outras Histórias” de Jair Cardoso, “É bom ter irmãos” de Fabiana Valéria, e “A Luz da Maternidade” de Fernanda Carvalho. O evento destacou a diversidade e a riqueza da produção literária baiana.

A importância de criar espaços para autores independentes foi enfatizada por Tati Gonçalves, produtora cultural da Palavra Borboleta. “É um espaço destinado aos autores baianos e independentes, autores que fazem parte na cena literária baiana e estão aqui apresentando seus trabalhos”, disse ela. Esta iniciativa não só proporciona visibilidade para os escritores, mas também fomenta a literatura local, enriquecendo o cenário cultural da Bahia.

Palmira Heine, agitadora cultural da Confralib, complementou essa visão ao destacar a amplitude e diversidade do projeto. Ela explicou que “tem mais de 20 autores participando com sarau, recital de poemas, lançamento, autógrafo, exposição de livros. É um espaço acolhedor em que ele pode fazer contato com outros autores, conhecer, trocar informações.” A conexão entre os autores e o público cria um ambiente de intercâmbio cultural e literário fundamental para o desenvolvimento de novos talentos.

Gabriel Nascimento, que lançou “O Rio do Sangue dos Meninos Pretos”, trouxe à tona a importância da representatividade e da literatura como ferramenta de transformação social. “Minha obra circula entre as obras acadêmicas e literárias, incluindo romances e poesias. Espero que minha contribuição inspire a juventude que hoje está escrevendo ou outras pessoas negras”, afirmou Nascimento, ressaltando o impacto que a literatura pode ter em iluminar e inspirar novas gerações.

No evento, Celine Bezerra também destacou a relevância de suas obras voltadas para temas de inclusão. Ela compartilhou histórias emocionantes sobre leitores que se identificaram com seus personagens, como um garoto autista que se reconheceu em um de seus livros. Para Celine, a literatura tem o poder de conectar e transformar vidas. Durante o sarau, ela recitou seu poema do livro “Rimas da Inclusão”:

“E assim do seu jeito

Dê um basta no seu preconceito

E vamos ser muito maiores

Se tratarmos como iguais

Nossos amigos especiais”

Gau Sanches, de Salvador, trouxe um toque pessoal ao evento com seu livro “Os Tesouros da Vovó Gau”, inspirado em histórias reais de seus netos que moram fora do país e a cada contato virtual, sempre têm histórias diferentes para contar. “Cada um tem sua história aqui dentro. Histórias que foram tiradas de acontecimentos com eles. É um livro que eu escrevi para meus netos”, disse ela, emocionada ao compartilhar seu legado familiar.

A Fligê, com a presença da Confraria Poéticas Femininas e seus lançamentos literários, reforçou a importância de dar voz a autores independentes e celebrar a diversidade da literatura baiana. O evento não só destacou a riqueza cultural da região, mas também proporcionou um espaço de troca e aprendizado, essencial para o desenvolvimento de novos escritores.

A 7ª edição Feira Literária Mucugê, realizada os dias 24 a 28 de julho, conta com o apoio do Governo Federal, do Governo do Estado da Bahia por meio da Secretaria Estadual da Educação e Superintendência de Fomento ao Turismo – Sufotur, com parceria da Secult/Fundação Pedro Calmon e coletivos culturais.

Repórter: Sara Dutra

Fotos: Lua Ife


Galeria de Fotos