Silvio Jessé traz pinturas inspiradas nas obras do fotojornalista Evandro Teixeira para a quinta edição da Fligê; Gilvandro Oliveira traz na sua exposição toda a ancestralidades dos povos indígenas através de esculturas em madeira
Na última quinta-feira (11/08), o segundo dia da Fligê contou com o lançamento da expografia “Sertão Colorido Quanto Preto e Branco”, do pintor Silvio Jessé, que aconteceu na casa roxa. As obras da exposição foram inspiradas nas fotografias do fotojornalista Evandro Teixeira. O pintor explicou que o desejo de transformar as obras de Evandro em pinturas surgiu em 1997, quando o fotojornalista lançou o livro “Canudos 100 anos”. “Saiu no jornal ‘A Tarde’ algumas fotografias dele e elas me sensibilizaram muito, a partir disso, comecei a pesquisar mais sobre suas obras”, esclareceu o artista.
Segundo Silvio, após alguns anos, em 2019, ele conheceu Evandro na Feira Literária de Canudos (Flican), quando comentou sobre os quadros que pintava a partir das imagens do fotojornalista. “Eu conheci Evandro e ele gostou muito de saber das pinturas, desde então tive a permissão de continuar pintando suas fotos”, explicou o pintor.
As pinturas feitas por Silvio carregam o diferencial das imagens de Evandro por serem todas coloridas. “Foi uma responsabilidade muito grande, pois a foto dele é perfeita, completa e eu decidi trazer cores as imagens nas pinturas”, comentou o pintor. Silvio também explicou que em 2020 foi convidado pela Fligê para expor as pinturas que homenageiam Evandro Teixeira, mas devido a pandemia, não foi possível realizar a exposição. Para o artista, a cidade recebe positivamente as artes presentes na Fligê, o que é muito importante para a juventude.
Para João Paulo, que estava presente na exposição, a feira é muito importante para promover o contato com várias artes, como as pinturas do artista Silvio Jessé. “Eu achei tudo na exposição muito legal e interessante. A Fligê é um evento extremamente importante em termos de cultura aqui na região da Chapada Diamantina, ela traz muita informação, arte, cultura e isso une todos que vivem na Chapada, além de agregar muito no conhecimento das pessoas”, destacou João.
Já para Monaliza Cirino, que também participava da expografia, a arte de Silvio é interessante por serem todas inspiradas em fotos preto e branco. “É muito bacana ver que eram fotografias e que agora são pinturas que ganharam cores, foram recebendo vida. É uma releitura importante pra gente”, afirmou Monaliza.
Gilvandro Oliveira traz ancestralidade Mongoió, Aymoré e Pataxó para Casa Roxa
O artista plástico Gilvandro Oliveira trouxe toda sua ancestralidade para a Casa Roxa com uma exposição em barro e cerâmica de bustos e corpos indígenas. Natural de Vitória da Conquista, Gilvandro, na sua perspectiva estética, traz às tradições locais e a preservação dos costumes e valores antigos dos seus ancestrais.
Uma exposição impactante, belíssima e de valor estético e histórico imensuráveis para nossa cultura, retratando, em escultura, as ancestralidades indígenas dos primeiros habitantes do Planalto da Conquista: os Mongoiós, Aymorés e Pataxós.
Texto Rebeca Spínola, com colaboração de Larissa Caldeira. Fotos Vinícius Brito