Roda de Conversa: Cultura dos coronéis e boiadeiros do sertão se mantém viva na Fligê 2025

Entre memórias de couro e poeira, coronéis e boiadeiros voltaram a povoar os sertões e chapadas na roda de conversa da Fligê 2025.

No Casarão das Letras, nesta sexta-feira, o tema ganhou voz sob a mediação de Luiz Paulo Neiva e os olhares e conhecimentos de Luís Bacellar Vidal e Lutero Maurício. A conversa teve como foco principal discutir as formas de vida daqueles que ajudaram a moldar a identidade do interior do Brasil por meio da literatura dos escritores presentes.

A roda de conversa começou com Luiz Paulo Neiva apresentando o tema e os autores convidados. Em seguida, o primeiro a falar foi Luís Bacellar Vidal, que trouxe seu livro “O último coronel”, no qual explica que sua obra é uma mistura entre realidade e fantasia para abordar o coronelismo. “O narrador coloca fatos reais e fatos da magia”, completou.

Entre os ritmos da realidade e da fantasia, moram as memórias e vivências. Lutero Maurício também apresentou as narrativas de seu livro. Durante sua fala, contou como foi o processo de produção da obra, que narra a história de um engenheiro autocrático, dono de uma grande construtora, encaminhado para uma empresa a fim de participar de um workshop em uma fazenda. “Quando comecei a escrever, passei a pesquisar sobre a vida de boiadeiros e vaqueiros; é também uma homenagem à história do meu pai”, relatou.

Após as falas dos convidados, o público presente pôde contribuir com suas reflexões sobre o tema. Patrícia Rozendo compartilhou seu trabalho de pesquisa sobre João Guimarães Rosa. Ela destacou como a discussão da mesa se conecta à trajetória do escritor mineiro, que viajava a cavalo pelo sertão ouvindo histórias de vaqueiros, fazendeiros e moradores, que depois transformava em literatura. “Essa experiência foi muito mais do que os anos de faculdade que ele viveu”, afirmou.

Coronéis e boiadeiros, personagens que abriram caminhos, conduziram gados e carregaram cantos e tradições, seguem vivos nas narrativas que atravessam matas, rios e gerações. Pela literatura, suas histórias atravessam o tempo e se tornam eternas.

 

Repórter: Vitor Barboza

Fotógrafo: Thalis Ribeiro

 

Este projeto foi contemplado no Edital de Apoio às Festas, Feiras e Festivais Literários (n.º 01/2024), por meio do Programa Bahia Literária, com o apoio do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Educação e da Secretaria de Cultura, via Fundação Pedro Calmon.
O edital é direcionado à modalidade de fomento à execução de ações culturais, conforme o Decreto Federal n.º 11.453/2023, a Política Estadual de Cultura (Lei n.º 12.365/2011), o Plano Estadual de Cultura (Lei n.º 13.193/2014), o Plano Estadual de Educação da Bahia (Lei n.º 13.559/2016) e a Lei Federal n.º 14.133/2021. O projeto conta ainda com o apoio cultural do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (IRDEB), vinculado à Secretaria de Educação do Estado da Bahia, por meio da Rádio Educadora FM e da TVE Bahia.

 


Galeria de Fotos