Resistência de Clóvis de Moura é colocada em pauta na Fligê 2025

O grito da ancestralidade não se cala, ele atravessa o tempo e encontra na resistência seu sopro de eternidade. Foi com essa perspectiva que a Roda de Conversa “100 anos de Clóvis Moura: legado” reuniu os escritores Joselício Júnior, Eduardo Estevan e Everaldo Augusto, sob mediação de Marcelo Rocha, no Casarão das Letras, em Mucugê.

Clóvis Moura foi um sociólogo, historiador, poeta, jornalista e militante brasileiro, reconhecido como um dos mais importantes intelectuais a estudar a questão racial no Brasil. Ele se destacou por analisar a história do país a partir da resistência negra, sobretudo das rebeliões de escravizados e do papel dos quilombos. O sociólogo completaria 100 anos no dia 10 de julho de 2025.

De acordo com o mediador Marcelo, a roda de conversa cumpre papel fundamental diante do recrudescimento do racismo e de ideais autoritários. “Trazer um intelectual como Clóvis Moura é essencial, pois ele construiu uma sociologia que incluiu o negro na civilização brasileira não como objeto ou vítima, mas como sujeito protagonista do povoamento, do trabalho, do pensamento e da ação.”

A conversa começou com a apresentação dos escritores, que trouxeram suas obras e reflexões sobre a vida do sociólogo. Joselício Júnior, editor da Dandara Editora, destacou o esforço de resgatar obras de Clóvis Moura: “É uma forma de manter vivo o legado e as contribuições que ele desenvolveu ao longo da vida e que continuam atuais e fundamentais para pensar a sociedade brasileira hoje.”

 

Cada participante da roda trouxe suas perspectivas sobre o tema. “Resistência” define a magnitude da discussão, ao conectar um passado de luta com a construção de um presente e futuro melhores. “Clóvis Moura acreditava na necessidade de construir uma nova sociedade, mais justa e igualitária”, acrescenta Joselício.

A discussão aberta ao público permitiu que a percepção sobre o trabalho do sociólogo se multiplicasse, exaltando sua luta por uma realidade mais justa e seu papel junto às comunidades quilombolas.

A roda de conversa reafirmou que o legado de Clóvis Moura continua vivo: suas ideias, sua luta e sua visão de uma sociedade igualitária seguem como inspiração para transformar o presente e construir o futuro.

Repórter: Vitor Barboza

Fotógrafo: Thalis Ribeiro

 

Este projeto foi contemplado no Edital de Apoio às Festas, Feiras e Festivais Literários (n.º 01/2024), por meio do Programa Bahia Literária, com o apoio do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Educação e da Secretaria de Cultura, via Fundação Pedro Calmon.
O edital é direcionado à modalidade de fomento à execução de ações culturais, conforme o Decreto Federal n.º 11.453/2023, a Política Estadual de Cultura (Lei n.º 12.365/2011), o Plano Estadual de Cultura (Lei n.º 13.193/2014), o Plano Estadual de Educação da Bahia (Lei n.º 13.559/2016) e a Lei Federal n.º 14.133/2021. O projeto conta ainda com o apoio cultural do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (IRDEB), vinculado à Secretaria de Educação do Estado da Bahia, por meio da Rádio Educadora FM e da TVE Bahia.


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