Os livros cartoneros tem sido instrumento de inclusão de pessoas no mercado editorial
Pedaços de papelão que poderiam parar jogados na natureza como lixo tem passado por ressignificação através de iniciativas que visam promover a possibilidade de publicar livros a um custo mais baixo e sem depender das grandes editoras. Os livros cartoneros tem sido instrumento de inclusão de pessoas no mercado editorial.
A técnica, baseada na reutilização de caixas de papelão como capas de livros, transforma o que iria para o lixo em capas de livros escritos por moradores de comunidades rurais, usuários de bibliotecas comunitárias, estudantes de escolas públicas ou pessoas em cumprimento de penas.
“A grande particularidade e grande diferença, que é fundamental, é justamente a reutilização do papelão a partir da reutilização desse material que vai pro lixo na maioria das vezes e na medida em que a gente reutiliza pra um propósito tão nobre que é construir livros, publicar pessoas que jamais teriam essa oportunidade dentro do mercado editorial das editoras convencionais. A gente não só reutiliza esse materiais mas também a gente possibilita a potência e a distribuição de livros de pessoas que muitas vezes o sistema não dá oportunidade”, diz Katia Borges, da editora Eureca Cartonera.
Marcus Gusmão, da Licuri Livros Artesanais, destaca que o envolvimento direto das pessoas na escrita e também na produção dos livros torna o processo ainda mais especial. “É muito interessante esse projeto nas escolas. Os alunos se apropriam do processo de escrever o livro e de produzir o próprio livro. Ver aflorar talentos e ver aflorar textos belíssimos de pessoas que, de outra maneira, não teriam voz já justifica tudo”, aponta ele.
Repórter: Guilherme Barbosa
Fotógrafo: Thalis Ribeiro
Este projeto foi contemplado no Edital de Apoio às Festas, Feiras e Festivais Literários (n.º 01/2024), por meio do Programa Bahia Literária, com o apoio do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Educação e da Secretaria de Cultura, via Fundação Pedro Calmon.
O edital é direcionado à modalidade de fomento à execução de ações culturais, conforme o Decreto Federal n.º 11.453/2023, a Política Estadual de Cultura (Lei n.º 12.365/2011), o Plano Estadual de Cultura (Lei n.º 13.193/2014), o Plano Estadual de Educação da Bahia (Lei n.º 13.559/2016) e a Lei Federal n.º 14.133/2021. O projeto conta ainda com o apoio cultural do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (IRDEB), vinculado à Secretaria de Educação do Estado da Bahia, por meio da Rádio Educadora FM e da TVE Bahia.