Última mesa literária destaca importância dos Mestres de Ofício

O evento contou com a apresentação musical de Samira do Realejo, Mestre Zazá e Val das Histórias

Neste domingo(14), o “Momento Mestres de Ofício” fechou a programação de mesas literárias da Fligê. A conversa teve a mediação de Marcos George Paraguassu e contou com a presença do arquiteto Felipe Decrescenzo e dos mestres de ofício de Mucugê, Semira do Realejo, Zazá da Sanfona, Tia Val das histórias e Chiquinha das Bonecas. O evento destacou a importância dos Mestres de Ofício para Mucugê, que transmitem seus conhecimentos para as novas gerações mantendo a cultura.

Para Felipe Decrescenzo, a mesa é significativa pois valoriza os Mestres de Ofício que detém um saber de extrema relevância para a cultura do município . “Falar dos Mestres de Ofício e seus saberes tradicionais é compreender a  ligação com a própria ancestralidade”, destacou Felipe.

O arquiteto também explicou que, ao longo das últimas décadas, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), realizou um projeto chamado “Mestres Artífices”, na Chapada Diamantina, no qual mapeou, documentou e inventariou uma série de Mestres ligados à construção tradicional da região. Felipe está trabalhando em um mapeamento e conta que o objetivo é a criação de uma instituição que contribua com o fortalecimento da documentação dos saberes tradicionais.

Durante a conversa, os Mestres de Ofício contaram um pouco do aprendizado que receberam ao longo da vida. “Eu aprendi a rezar e a receber a bênção com dona Ana Ursulina que rezava todos os meus familiares. Hoje ainda sigo a mensagem que ela deixou”, explicou Tia Val, que já narrou histórias no museu e hoje conta para crianças e adultos.

Já Zazá, conta que tinha vontade de aprender a tocar sanfona, mas não tinha condições de comprar o instrumento. “Depois de um tempo, consegui um dinheiro por meio do garimpo e comprei a Sanfona. Aprendi a tocar e com três meses já tocava para o povo dançar”, relatou o mestre.

Chiquinha das Bonecas explicou que passava por um momento difícil em sua vida pessoal e após rezar para Nossa Senhora das Graças teve um direcionamento da santa para trabalhar na confecção de bonecas. “Fui melhorando depois que comecei a fazer as bonecas. Agradeci muito a Nossa Senhora das Graças por isso. Hoje tenho uma coleção de bonecas e fico muito feliz quando as pessoas vão ver o meu trabalho”, relatou Chiquinha.

A mesa contou com a apresentação musical de Samira do Realejo, Mestre Zazá e Val das Histórias.

Texto Rebeca Spínola. Fotos Thiago Gama.


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