Leitura Dramática traz experiência sensorial com Ricardo Guimarães

Artistas plásticos fazem uso dos mais variados tipos de material para se expressar. Mas, o que acontece quando um artista plástico se descobre apaixonado pelas palavras?

Assim começa a história de Ricardo Guimarães na literatura. Em 2008, ele deu início à uma série de livros de bolso, com 72 frases cada: “Pequeno Livro de Reembolso”; “Palavras Trocadas”, também publicado em braile; “Ímã”, “Palavras Curtidas” e “Enquantos”. O professor da área de Artes Visuais encontrou, em frases curtas que faziam parte da sua inventividade, o material para a arte de refletir sobre questões complexas da forma mais sintética possível. 

“São frases com pretensão de se viajar junto com elas”, define o autor, que participou da Leitura Dramática “Palavras comestíveis”, nesta sexta-feira (18), segundo dia de programação da Fligê 2023. Ele contou que, alimentado pelas palavras e encontros possíveis da Feira Literária de Mucugê, preparou um diálogo entre as frases dos seus livros, uma parte das suas produções artísticas visuais e o sabor da poesia. 

Sim, sabor. O resultado do encontro foi uma experiência sensorial que envolveu o público também por meio do paladar. “Com algumas das folhas impressas que eu compartilho com as pessoas, a gente pode degustar poesia, de fato”, explicou Guimarães.

Participantes da Leitura Dramática declamaram e comeram frases dos livros, impressas em papel de arroz

Beatriz Braga, professora de História da cidade de Poções, está visitando uma feira literária pela primeira vez. Ela interagiu com a dinâmica proposta pelo autor e identificou com a poesia que recebeu, contribuindo ainda mais para o fascínio por sua primeira experiência com a Fligê. “É incrível, eu estou amando. Sou uma leitora assídua e encontrar leitores para falar sobre livros é maravilhoso, quero voltar no próximo ano”, comentou a jovem.

Também é a primeira Fligê de Marcus Coutinho, que participou da Leitura Dramática, e realiza o lançamento do seu livro “O prefeito, o lobisomen e o padre” nesta edição. É a estreia do autor de Ipiaú na literatura. “Eu sou de uma família de contadores de causos, isso povoou meu imaginário e também entrou em mim”. O romance ficcional traz vivências de cidades do interior e a escolha por Mucugê não foi por acaso. “Foi pelo peso da Fligê e pela beleza e aconchego da cidade”, concluiu. 

O autor e artista plástico Ricardo Guimarães autografou exemplares, como o de Marcus Coutinho, e chamou a atenção do público para a possibilidade de publicação por pessoas físicas

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📚🎶 A Fligê – Literatura e Música, realizada entre os dias 16 a 20 de agosto em Mucugê, na Chapada Diamantina, Bahia, é patrocinada pelo Governo do Estado da Bahia, por meio de emendas parlamentares vinculadas, com parcerias institucionais, de coletivos culturais da região e com apoio do poder público local.

Texto: Mariana Lacerda

Fotos: Gabriela Nascimento


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