Leito literário de águas ancestrais abre a programação das mesas

 O evento contou com a participação de representantes de feiras literárias da Bahia

O terceiro dia da Fligê  começou com a primeira Mesa Literária da edição trazendo o tema “Um leito literário de águas ancestrais”, nesta sexta-feira (12). Os convidados para a conversa trouxeram discussões enriquecedoras a respeito do Rio Paraguaçu, cenário dos ritos literários presente em várias das cidades que realizam feiras literárias.

O evento contou com a participação de representantes de feiras da Bahia, entre eles, o professor Edson Oliveira e a professora Érica Azevedo da Festa Literária de Santo Estevão (Flise), Paulo Gabriel, representante da Feira Literária Internacional de Cabaceiras do Paraguaçu (Flipar), o professor Alexandre de Jesus, da Feira Literária de Itaetê (Flitê), a professora Rita Breda, representante do Festival Literário e Cultural de Feira de Santana (Flifs), a professora Cecília Ribeiro da Silva, da Feira Literária de Andaraí (Flian) e, também, o diretor geral da Fundação Pedro Calmon, Zulu Araújo. A mesa teve a mediação do poeta e coordenador geral da Flian, Emílio Carlos Ribeiro. 

Durante a conversa, os convidados da mesa relataram suas experiências com a Fligê e também com as feiras literárias que estavam representando. Além disso, os curadores frisaram a importância dos eventos culturais para a Bahia e para o Brasil. Entre as falas dos convidados, o mediador Emílio Ribeiro destacou que a literatura é um ato de resistência e ressaltou como eventos culturais possibilitam a descoberta de novos artistas e conhecimento de novas literaturas.

O professor Alexandre de Jesus destacou como a mesa possibilitou colher experiências dos curadores que também participaram da conversa, além de ter promovido a possibilidade de parcerias com outras feiras para ampliação da educação literária na Bahia. “Estou na curadoria da Flitê, que é uma filha legítima da Fligê. A gente se inspira na Feira Literária de Mucugê para realizar a nossa primeira feira, que vai acontecer no mês de novembro”, explicou Alexandre. 

Já para os professores Érica Azevedo e Edson Oliveira da Flise, a mesa literária foi um momento importante para as feiras das cidades que fazem parte do Rio Paraguaçu, por promover a conexão com outros festivais literários. Para Érica, ter a Flise em Santo Estevão é algo essencial, tanto para os alunos, quanto para os professores. Segundo Edson, pensar em ancestralidade e na origem é fundamental para a existência. Além disso, o professor afirma que a discussão promovida pela mesa “é algo valioso, principalmente no momento em que o país vive uma instabilidade política significativa, no qual a cultura e a arte têm sido colocadas em cheque”.  

No evento, Rita Breda salientou o cuidado que a Fligê teve ao trazer o tema de ancestralidade e como a literatura precisa ser trabalhada nas escolas e nos ambientes como algo que eleva a alma.  “O tema de literatura e ancestralidade foi muito bem abordado por Daniel Munduruku, quando discutiu a questão da origem. A Fligê teve uma sensibilidade muito grande quando pensou na programação da quinta edição”, afirmou a professora. 

A professora Cecília Ribeiro, integrante da mesa literária, ressaltou a escassez de livros que abordam a ancestralidade e o quanto é importante discutir esse tema em uma feira literária. Já o curador da Flipar, Paulo Gabriel, salientou que “o tema da mesa é muito bacana,um rio de letras. Vamos poder pensar na história e ancestralidade do Rio Paraguaçu e na forma como ele integra a Bahia e toda a sua história”. Além dos curadores, Zulu Araújo, prosseguiu a conversa evidenciando o desejo que a mesa lhe trouxe de conhecer mais a história do Rio Paraguaçu e ainda destacou o papel importante que a feira tem para  a região.

A moradora de Mucugê, Michele Aguiar, conta que é a primeira vez que participa da Fligê e estava empolgada com o tema discutido na mesa. “Eu estou encantada com a conversa, são palestrantes incríveis que abordam assuntos importantes para os dias de hoje”, afirmou Michele. 

A mesa encerrou com algumas perguntas do público presente e com o ator Jackson Costa recitando alguns poemas do poeta brasileiro Castro Alves. A segunda mesa literária iniciou às 10h, com o tema “Escrever Parir – Narrativas e correspondências entre vidas e escritas”.

Confira no vídeo a gravação da transmissão ao vivo. Nossas mesas literárias estão sendo transmitidas ao vivo no canal do Youtube da Fligê.

 

 

Texto: Rebeca Spínola | Fotos: Vinícius Brito.


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