Festas brincantes, músicas para dançar e a riqueza da tradição oral envolveram pais e filhos na Fligêzinha, animados pela banda Corrupio, que se apresentou neste dia 20 de agosto, um domingo ensolarado de Fligê.
Corrupio é um tipo de brincadeira popular em que os participantes fazem rodopios. Corrupia, por sua vez, significa “criança traquina”. A plateia da Fligêzinha estava repleta de corrupias praticando corrupios, ao ritmo das cirandas e das histórias.
Davi, de 10 anos de idade, acompanhava a atividade com atenção e entusiasmo. “Estou achando a feira muito boa, porque tem muita coisa legal para a gente poder se envolver mais com a leitura. Também estou gostando muito da Fligêzinha, porque tem muita música e brincadeira.”
Alunos e professores das escolas Charles Darwin, do município de Ituaçu, e do Grupo Escola Natalino Pina Medrado, de Mucugê, marcaram presença no evento, fortalecendo os laços da feira com a comunidade escolar da região e promovendo formação educativa.
Valdelice Chagas, diretora da Natalino, destaca a importância da Fligê ao fazer um evento centrado no livro, fortalecendo a nossa identidade cultural. “Feiras literárias e a promoção da literatura são fundamentais. Desde cedo, é essencial envolver as crianças para que conheçam a diversidade cultural das histórias. Não apenas contos de fadas, mas também a literatura indígena e africana”, afirmou.
Hélio Bento, pai de Arthur e Davi Brito e advogado, trouxe os filhos à Fligê justamente para reforçar o enraizamento de nossas origens culturais. “O objetivo é aproximá-los dessas questões culturais e literárias, para que eles desenvolvam cada vez mais a capacidade de buscar o conhecimento. Também buscamos aproximá-los da história regional, que é trazida pela feira.”
Amanda Pereira, registradora oficial de Ituaçu e mãe de Carlos Daniel e Stella, acredita que o contato das crianças com as atividades culturais proporcionado pela Fligêzinha gera lembranças inesquecíveis. “Trouxe meus filhos para que tivessem contato com esse evento cultural tão importante. Tenho certeza de que esse momento ficará na memória deles para sempre.”
Mariana Caribé, idealizadora, fundadora e cantora do Grupo Caribé, afirma que “a proposta é promover um encontro intergeracional através de um repertório predominantemente baseado na tradição oral, que habita as memórias de todos, como as brincadeiras e cantigas de roda e as brincadeiras cantadas.”
Na opinião da cantora, a Fligêzinha tem uma relevância muito especial. “Esse espaço traz a possibilidade de acesso, de transformação, de conhecimento e de encontro com a poesia, com a beleza e com a dança em um lugar feito para acolher as crianças.”
A busca pela regionalização e pelas brincadeiras tradicionais ganham um brilho ainda mais especial em Mucugê, acredita Mariana. “O Brasil profundo, que habita o interior, como Mucugê, guarda todo esse repertório que nos traz alegria e revela a nossa cultura brasileira.”
Com o resgate das brincadeiras de roda e das cantigas populares, a Fligêzinha desempenhou um papel significativo em fortalecer os laços entre as gerações e valorizar a nossa identidade cultural.
📚🎶 A Fligê – Literatura e Música, realizada entre os dias 16 a 20 de agosto em Mucugê, na Chapada Diamantina, Bahia, é patrocinada pelo Governo do Estado da Bahia, por meio de emendas parlamentares vinculadas, com parcerias institucionais, de coletivos culturais da região e com apoio do poder público local.
Textos: Érika Camargo
Fotos: Gabriela Nascimento