Flores e Ode a Capinan: o guerreiro da lírica e da poesia

No Centro Cultural ocorreu uma homenagem ao poeta e compositor José Carlos Capinan. 

Poesia e música adentaram o espaço da Fligê para celebrar a trajetória do poeta baiano José Carlos Capinan, na noite da sexta-feira (18), no Centro Cultural de Mucugê. O professor e poeta Aleiton Fonseca abriu o momento de homenagem com palavras do poeta baiano.

Aleiton fez uma ode aos textos e poemas de Capinan, com o objetivo de celebrar sua obra, e não a analisar. O início deste momento épico se deu com Viramundo, poema musicado pelo talentoso Gilberto Gil. Além dela, teve Ponteio, canção premiada no Festival da Canção em 1967, musicada por Edu Lobo. E não poderia ficar de fora a parceira com João Bosco, a emblemática Papel Machê.

A poesia de Capinan é uma voz que esclarece, revela e ensina. Como se pode notar no seu livro Inquisitorial, de 1963. Na ode, Aleiton celebra a vida e obra de Capinan, desde a sua infância como menino em Esplanada-BA, aos versos e canções que abrilhantaram os festivais da canção no Brasil na década de 1960. Para Aleiton, aos 82 anos, Capinan vive a sofreguidão das almas jovens, sempre com um poema, sempre a cantar, tal como ele mesmo se define. Ao final da performance, Aleiton dedica as palmas do público ao grande poeta homenageado da Fligê 2023.

Concerto Flores para Capinan celebra canções do poeta 

O segundo momento da homenagem foi marcado pelo concerto Flores para Capinan com a participação da cantora Letícia Bertelli, do maestro João Omar, da violoncelista Gabriela Mello, do músico Joab Petrônio e do cantor Elton Becker. O momento lítero musical se iniciou com uma moda de viola cantada por Becker, cujos versos “de um cego infeliz, vivo sem futuro num lugar escuro” trouxeram afago e encantamento aos ouvidos atentos. Como não poderia faltar, Ponteio empolgou o público, assim como a cantiga Cirandeiro, cantada pelo público a plenos pulmões.

José Carlos Capinan é um guerreiro poético e literário, com poesias que atravessam as expressões do amor, dos afetos e da política.

A noite de sexta-feira na Fligê nos trouxe a certeza de que a poesia é eco imutável na transcendência do absoluto sentimento. Os que contemplaram esse momento saíram do Centro Cultural preenchidos de flores, versos, músicas e amor.

Assista a Sessão de Homenagem no nosso canal do Youtube:

📚🎶 A Fligê – Literatura e Música, realizada entre os dias 16 a 20 de agosto em Mucugê, na Chapada Diamantina, Bahia, é patrocinada pelo Governo do Estado da Bahia, por meio de emendas parlamentares vinculadas, com parcerias institucionais, de coletivos culturais da região e com apoio do poder público local.

Texto: Larissa Caldeira

Fotos: Vinícius Brito


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