As rodas de conversas, os saraus e os lançamentos de livros marcaram as atividades do sábado e domingo na Fligê
No sábado (13) e no domingo (14), na Casa ConVerso, uma série de atrações e discussões marcaram a programação da Feira Literária. Lançamentos de livros de diversos autores da Chapada Diamantina, do Planalto da Conquista e de outras regiões da Bahia foram realizados. Nas discussões literárias, as oralidades e resistências, as narrativas e as memórias foram temáticas abordadas pelos autores. A mediação foi de Marlene Moreira.
Dentre os livros lançados, “Se7e Passos de Ameixa” de Ednaldo Muniz; “Breviários de um poeta de ofício e devoção” de Emilio Tapioca, “Inácio” de Jorge Firdauz; “A Sinhazinha e o escravo: A lenda do Morro do Pai Inácio” de Mirandí Alves Pereira Oliveira; “Índios Paneleiros do Planalto da Conquista: Do massacre e o (quase) extermínio aos dias atuais” de Renata Ferreira; “Degredados Filhos de Elza” de Brígida Salgado, “Vidas Rurais” de Magna Cerqueira; “Alquimia do Barro” de Leonellea Pereira; “Os magos do oriente” de Domingos Ailton e “Livros Ilustrados” de Aline Abreu.
Durante a noite ocorreu o sarau “Bons tempos aqueles! um sarau performático” com Sérgio Farias e elenco. Baseado no livro “Mucugê por Mucugê”, de Rebeca Serra, o sarau conta a história de Mucugê, as estórias dos tropeiros e mascates, as memórias dos moradores da cidade. Os contos e causos foram contados com a participação da plateia formada majoritariamente por moradores de Mucugê. Foi um momento de interação e integração da comunidade, numa noite memorável, com a plateia cantando junto as canções escolhidas para o sarau.
A programação da Casa ConVerso não parou por aí, no domingo (14) à tarde, tivemos o “Sarau À Flor da Palavra” da Companhia Teatro Griô, com a direção de Rafael Morais, “o espetáculo traz diversas expressões da palavra contada à palavra cantada; da palavra dramática à palavra declamada”, afirma Rafael.
No período da manhã ocorreu o “Bate Papo sobre experiências com a artesania de livros” com Danilo Medrado, Manoela Ramos, Kátia Regina Borges, Marcos Gusmão, Deisiane Barbosa, Luciana Moniz, Luciene Pereira da Cruz e Gésia Cássia Lima. A temática da conversa foram as publicações independentes, os livros artesanais e o universo cartonero.
Os autores são também editores de seus próprios livros. Desde a impressão à costura dos livros e feitura das capas. As experiências com a artesania de livros foram abordadas por Deisiane Barbosa ao falar da sua pequena editora Andrarilha Edições, na qual ela edita seus livros e os livros de outros escritores independentes. O processo de edição artesanal requer tempo e paciência, resiliência e força de vontade. Os autores vendem seus próprios livros de boca em boca ou em sites próprios, isso viabiliza a publicação e democratiza o acesso a literatura. O formato do livro é ressignificado e revisto.
Retalhos de tecidos, linhas, agudas, fotos, pedaços de papel e cartolinas trazem um novo formato para os livros. O universo cartonero proporciona que escritores variados possam divulgar seus escritos. Apesar das dificuldades de promover, os livros artesanais são uma realidade no mundo da literatura e a Fligê é um espaço que ajuda nessa promoção.
Texto Larissa Caldeira. Fotos Thiago Gama.