Exposição sobre o cordel é uma das atrações da Fligê 2023 com um espaço totalmente voltado para essa riqueza nordestina
O Museu da Pessoa completa 30 anos e traz para a Fligê 2023 a exposição Vidas em Cordel. A ideia do Museu é que cada pessoa possui sua narrativa como um legado de cada um. Por isso, lança uma exposição com treze histórias de vida do acervo do Museu que, de forma cordelizada e trabalhada como obras literárias, apresenta as trajetórias cotidianas e de vivências das pessoas enquanto patrimônio de toda a humanidade.
De acordo com Lucas Lara, responsável pela exposição juntamente com Marco Haurélio e Lucélia Borges, o Museu da Pessoa é um museu virtual e colaborativo que se decida a registrar, preservar e disseminar as histórias de vida de toda e qualquer pessoa. O Museu conta com mais 20 mil histórias em seu acervo, histórias de brasileiros e brasileiras de todos os cantos do país. E todo esse material está disponível de forma virtual no site do Museu: museudapessoa.org.
O espaço da exposição Vidas em Cordel está localizado na Praça dos Garimpeiros e conta com uma série de histórias cordelizadas como forma de rememorar e fazer uma homenagem a literatura nordestina, mas ela é também uma celebração à vida, conforme destaca Lucas.
Para ele, toda história é tão fantástica e maravilhosa, toda história é tão significativa, que pode e deve ser considerada como uma obra de arte, como uma verdadeira obra da literatura popular brasileira. Então, a exposição Vidas em Cordel é baseada em histórias de vida do acervo do Museu da Pessoa, apresentando esse universo da literatura de cordel e da xilogravura, fazendo uma relação intrínseca com as nossas vidas. Personagens tidos como comuns estão misturados com personalidades famosas de forma a trabalhar a diversidade regional e brasileira.
O cordel é um patrimônio do nordeste brasileiro e trazê-lo para a Fligê 2023 visa celebrar cada história e verso declamado. Celebrar os poetas e cantadores do nordeste e trazer para o centro da Feira as memórias e projetar um futuro para não se esquecer das nossas raízes. A importância disso para a literatura e cultura brasileiras é, sem dúvida, imensa.
Segundo Lucas, ter um espaço dedicado à literatura de cordel e à literatura nordestina como um todo é de extrema importância em uma feira literária, não só por buscar nas raízes culturais de uma determinada região, mas por mostrar que as temáticas abordadas pela literatura de cordel dialogam com o cotidiano de cada um de nós.
É uma forma de trazer esses leitores e fazê-los viajar não só por uma literatura fantástica e repleta de elementos, mas também com elementos e contextos do nosso dia a dia. Além de histórias de mulheres fortes e homens resilientes que assim como nós lutam e constroem suas vidas, destaca ele.
📚🎶 A Fligê – Literatura e Música, realizada entre os dias 16 a 20 de agosto em Mucugê, na Chapada Diamantina, Bahia, é patrocinada pelo Governo do Estado da Bahia, por meio de emendas parlamentares vinculadas, com parcerias institucionais, de coletivos culturais da região e com apoio do poder público local.
Texto: Larissa Caldeira
Fotos: Thiago Gama
