A manhã do segundo dia de Fligê 2019 teve cheiro de tinta e madeira para mais de 30 pessoas que participaram da Oficina de Xilogravura oferecida pelo artista plástico conquistense Silvio Jessé. O público diverso recebeu uma aula interativa que transformou o ateliê do artista em uma fábrica de xilos diferenciadas e expressivas.

“Essa é uma técnica milenar, até Gutenberg se inspirou nela para inventar a prensa gráfica que hoje se transformou no jornal!”, disse o artista para abrir a aula. Além da aula prática, onde mostrou os instrumentos e materiais necessários, Silvio Jessé apresentou um pouco da história da xilogravura e ressaltou a importância dessa técnica para a cultura nordestina, principalmente devido sua expressividade na literatura de cordel.

“A xilogravura é uma técnica interessante para trabalhar nas aulas de Língua Portuguesa, Artes e até Geografia, pois representa uma atitude, uma ação afirmativa que é a literatura de cordel. Hoje estou aqui para aprimorar a técnica e depois transmitir para meus alunos e colegas professores”, relatou Marlete Pereira, professora do município de Brumado que participou da aula.

Este já é o segundo ano da Oficina de Xilogravuras de Silvio Jessé na Fligê, que segue com boa aceitação do público. “A participação da oficina passada foi boa, mas a deste ano foi excelente. Abrimos 20 vagas, mas deu mais de 30 pessoas. Isso é bom, porque a gente vê que a arte está tocando as pessoas. Além disso, teve uma boa variação de idade, desde crianças de 10 e 12 anos até adultos de 60 que interagiram bastante. Disso saíram coisas muito interessantes, obras de arte verdadeiras saíram daqui hoje”, disse o artista.

Texto: Tamyres Lenes | Fotos: Karen Almeida