Bate-papo “A leitura pode mudar a maneira de ver o mundo” abordou a criação de clubes do livro como forma de difundir a leitura e aprofundar o conhecimento
A leitura pode mudar a maneira de ver o mundo. Esse foi o mote que conduziu o bate-papo da tarde de sábado (18) na Casa ConVerso, com participação de Jéssica Lacerda e Francisco Caio Barreto, professora e aluno do Instituto Federal da Bahia, campus Seabra.
A conversa abordou a importância da formação independente de clubes do livro para a difusão da leitura e para a formação de uma consciência crítica mais aprofundada. Os ministrantes da discussão compartilharam a experiência da fundação de um clube do livro na cidade de Seabra (a 133 km de Mucugê), e participantes do público contaram suas próprias vivências em outros clubes literários.
Francisco Barreto, estudante de 18 anos que compôs a mesa, relatou como aconteceu a fundação que realizou, com colegas e professores, de um clube do livro em Seabra, o que aconteceu no ano passado. “Tivemos essa ideia num momento em que a situação política brasileira se tornava crítica e as ‘fake news’ começavam a se espalhar. Constatamos que os encontros fomentavam a leitura e forneciam subsídio para que as discussões se enriquecessem”.
O aluno também conta como a iniciativa aprimorou discussões acerca de pautas políticas que merecem atenção na agenda política atual. “O clube do livro nos levou a discussões acerca das pautas racial, feminista, da questão ambiental, dentre muitas outras. Então eu digo que sim, a leitura pode mudar o mundo, fornecendo informações para embasar uma consciência crítica.”
Outro tema que moveu as discussões daquela tarde foi a paixão pela palavra. Beatriz Vilares, estudante de 15 anos do Centro Educativo Lapidar, relata que desde criança nutre uma relação de apreço à literatura. “Tenho uma relação muito forte com a leitura, que começa a partir dos 8 anos. Desde então eu comecei a entrar em um mundo que tinha tudo pra mim. Ajudou na minha criatividade, no meu crescimento, no meu intelecto e até na escola. Eu amo ler, é a minha paixão”.
Beatriz também conta que participa ativamente da Fligê desde a primeira edição do evento. “Ontem participamos, com estudantes de outras escolas, do cortejo que passou pela cidade, e também frequentamos as palestras e outras atividades do evento”.
ESCOLAS NA FLIGÊ – O público foi composto majoritariamente por alunos do 6º ao 9º ano do Centro Educativo Lapidar. Esse é outro papel importante desempenhado pela Fligê, através da Secretaria de Educação: a de envolver os atores empenhados na educação e os estudantes das escolas municipais nos temas propostos pela Feira, tanto nos projetos pedagógicos desenvolvidos ao longo do ano quanto na participação da culminância do evento.
A poesia de Castro Alves e os temas que ele propõe foram abordados ao longo desse ano nas escolas e os alunos estudaram sobre vida e obra do poeta baiano. Além disso, produziram vídeos e compuseram poemas de amor lírico, um dos temas propostos pelo poeta.
Ana Amélia, professora do centro educacional lapidar, relata que “a Fligê proporciona para os estudantes o contato com outros olhares, outras vivências. Nós moramos em uma cidade muito pequena [Mucugê possui cerca de 10 mil habitantes], então quando trazemos nossos alunos para participarem da programação da Feira, eles têm a oportunidade de experimentar visões de outras pessoas que estão em outros universos, outros lugares.”
Texto: Érika Camargo | Fotos: Karen Almeida