Em Mucugê, a Fligê sempre começa antes. Além do processo de produção da Feira, a Secretaria Municipal de Educação abraça a proposta e desenvolve em parceria o projeto pedagógico que chegará até as escolas da cidade. Nesse ano, com Castro Alves como homenageado, os alunos das escolas municipais, estaduais e particulares foram desafiados a produzir poesias, recitais, festivais de música e de teatro.
Desafio superado com êxito! Tanto que os dias da programação da Feira Literária serviram como uma grande celebração. “Esses dias de Fligê acontecem como uma espécie de culminância pelo que aconteceu nas escolas. A apresentação dos alunos foi o resultado do trabalho realizado antes. A Fligê chegou no seu objetivo central que é fomentar o desejo pela leitura, tanto com o sarau quanto com o livro com as poesias dos alunos, que esgotou rapidamente”, destaca a secretária municipal de Educação, Marilene Bastos.
De acordo com ela, a Fligê surpreende a cada ano. “O crescimento da Feira é visível pra todo mundo. Dentro da cidade, a gente percebe um envolvimento maior com o projeto pedagógico, o que deixa uma marca não só no município, mas em toda a Chapada Diamantina”, acrescenta.
Para o professor de Artes, Marcos George Paraguassu, foi emocionante ver os alunos totalmente envolvidos com a Fligê e com a produção de poesias, festivais, exposições, recitais e leituras nas ruas. “Nossos alunos produziram vários trabalhos que de forma criativa, que foram expostos pelas ruas cidades, vilas e povoados, apresentando aos moradores a longa obra da curta vida desse poeta que tanto orgulha o povo baiano”, detalha o professor.
“O projeto passou para a população de todo o município a importância dessa feira literária para nós mucugeenses como um ato de resistência e de aprendizado”, comemora. “Ficamos muito felizes por ver nossas crianças encantando o público em um recital no Coreto da Praça dos Garimpeiros e também por ter as poesias deles publicadas em um livro. Isso é maravilhoso”.
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“Nos desperta a agir
De acordo com a própria vontade
Para que possamos garantir
Os valores de uma sociedade
Pois todo ser humano que ser livre
Seja ele homem ou mulher
Ter independência própria
E agir como quiser
Saber dá opinião
E saber ouvir também
Sempre ter conscientização
Sem prejudicar ninguém”
Trecho do poema “Castro Alves”, de Jonas Carvalho (Escola Municipal Eurico Belo)
Texto: Ailton Fernandes