As matérias que compõem o lirismo serão a temática de uma sessão especial com o escritor do melhor livro do Prêmio Jabuti 2018, Mailson Furtado, autor do livro-poema “À Cidade”, escolhido também como melhor poesia na mesma premiação. O livro foi uma produção independente, uma autopublicação. Esta foi a primeira vez em 60 anos do prêmio Jabuti que o melhor livro foi de um autor independente, como são chamados aqueles que publicam sua obra sem o apoio de uma editora. “À cidade” é o terceiro livro de poesia de Mailson e seu quarto ao todo. Os anteriores – “Sortimento” (2012), “Conto a Conto” (2013) e “Versos Pingados” (2014) – também foram produções independentes.
Lançamento: “À cidade” (2017)
Com elementos geográficos, históricos, sociológicos, políticos, físicos, metafísicos, folcloristas, genealógicos, “À cidade” é um poema que vem apresentar de forma contemporânea uma visão de uma cidade do sertão, com plano de fundo para aquelas banhadas ou mudadas indiretamente pelo caminhar do Rio Acaraú na Zona Norte do estado cearense. O poema mistura a vida do autor e suas gerações à vida construída por um povo migrante há mais de três séculos. Nele a cidade se constrói, se destrói, se remonta, se inventa e reinventa e ganha inúmeras significações do que pode ser.
O poema apresenta uma estética com influências de vários movimentos modernos e pós-modernos do século XX: o concretismo, neoconcretismo, rimas incertas, além da ausência de pontuação gráfica, influência vinda da poesia oriental. Os versos misturam a influência científica adquirida pelo autor em livros e bancos universitários e a sua influência coloquial, cabocla, conquistada por ser parte agricultor, parte pescador e por inteiro residente do sertão inventado pelo Acaraú.
“À cidade” vem instigar o leitor à pesquisa, ao conhecer, ao buscar termos, citações sobre o ambiente que tomou por base, o sertão Norte do Ceará, entre o litoral extremo-oeste, a serra da Ibiapaba, a Meruoca e das Matas. “À cidade” vem assim, apresentar uma faceta do que é ser cearense, aquele/este do interior da cidade.
Na Fligê:
Rota da Palavra 1 – Centro Cultural
16/8 – Sexta – 9h – À CIDADE: TERRITÓRIOS DOS AFETOS (IN)VISÍVEIS