O escritor cordelista, membro da Academia Brasileira de Cordel, José Walter Pires, fez a leitura de trechos do seu livro “O rapto de Pórcia de Castro”, que lança nesta quarta edição da Fligê, na tarde de sábado (17), no Centro Cultural de Mucugê.
Em suas 52 estrofes de sete versos, com sete sílabas cada verso, José Walter relata como se deu o rapto de uma das tias do poeta Castro Alves, em meados do século XIX, na Fazenda Campo Seco, região de Brumado, envolvendo as famílias dos coronéis Castro, Moura, Medrado e Canguçu.
“Este livro relata, então, a história de Pórcia de Castro, que nesta edição, está sendo batizada de a Helena do Sertão, para rememorar a Helena de Tróia. Pórcia foi raptada por Leonino Canguçu, filho de um dos grandes coronéis daquela época, apaixonado pela beleza daquela menina de 16 anos, a levou para morar com ele, iniciando uma grande guerra entre poderosas famílias do sertão”, conta José Walter.
Apaixonado pela cultura nordestina e sertaneja, o escritor relata o seu amor pela literatura de cordel.
“O cordel hoje é linguagem genuína, tombada pelo patrimônio histórico e cultural. O cordel é de uma importância extraordinária, foi cartilha do sertão, ensinou o povo a ler, foi jornal do sertão, relatou fatos da história do Brasil”.
José Walter também apresentou na Fligê outro livro de sua autoria que relata a história de um dos mais poderosos coronéis da Chapada Diamantina, Horácio de Matos.
Texto: Débora Silveira | Fotos: Vinícius Brito