O educador Paulo Freire foi homenageado no espaço da Casa ConVerso, com o bate-papo “É preciso que a leitura seja um ato de amor”, no segundo dia da Feira Literária de Mucugê. A professora Taylane Nascimento discorreu, com os olhos iluminados, uma fala sensível e afetuosa sobre o pensamento e o exemplo do patrono da educação brasileira.
Liberdade, humanização, afeto, transformação. Essas palavras, que estão profundamente conectadas à concepção de educação proposta por Paulo Freire, guiaram o diálogo que aconteceu nessa manhã no espaço da Casa ConVerso. Em diversos momentos, Nascimento ressaltou a necessidade da leitura da palavra para que a leitura do mundo seja libertadora. Além disso, valorizou a importância da palavra como uma arma afetuosa para a transformação das realidades.
Nascimento relembrou que a Fligê também produz o efeito da transformação naqueles que participam do evento. “Essas pessoas aqui se reuniram pela afinidade que tem à palavra para aqui transformar-se, exalando a palavra discutida nesses espaços que por aqui transitamos. Esse evento tem fundamental importância pra que a gente possa crescer como gente”, diz.
O bate-papo atraiu a atenção dos professores, que participaram em peso da atividade. “O que me traz aqui a esse espaço é o desejo de continuar me maravilhando com o pensamento de Paulo Freire, que ainda tem muita coisa para ser traduzida, repensada, ressignificada”, afirma Brenda Luara, 27 anos, professora.
O método de Paulo Freire transcende os livros para alcançar o mundo. “Do lado de toda palavra há a palavra mundo”, afirmou Taylane Nascimento, ou seja, as palavras tem – ou deveriam ter – uma relação com o mundo. A professora Maria Cristina Dantas, que integrou o público do bate-papo, concorda com a necessidade de haver nós entre palavra e mundo. “A gente precisa se apropriar de um conhecimento sistematizado, da leitura da palavra, para que o mundo de experiência vivida se potencialize enquanto transformação”.
Texto: Érika Camargo / Fotos: Thiago Gama