FligêCine exibe filme sobre a força do slam

Quando as luzes foram apagadas e as imagens refletiam sobre o telão branco, a poesia ecoou pelo salão da Casa da Filarmônica. O documentário “Slam: voz de levante”, dirigido pela Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D’Alva, exibe as batalhas dos campeonatos performáticos de poesia pelo mundo e o pioneirismo de Roberta aqui no Brasil. 

O início do documentário impressiona, uma moça declamando um poema que fala sobre o Brasil e suas violências naturalizadas, AI-5, casos de estupro como o da garota que foi estuprada por 33 homens, entre outras abordagens político-sociais. 

Késia Santos, de Salvador, participa da Fligê pela primeira vez e achou incrível a proposta da mostra em uma Feira Literária. “Eu amei! Principalmente porque o slam é um lugar democrático para homem e mulher, independente do gênero e raça. Me recordei de algo que a Roberta falou em sua participação no programa ‘Saia Justa’, sobre ‘lugar de escuta’. As pessoas falam bastante do lugar de fala, mas se esquecem desse outro”, contou. 

O longa de 104 min., fechou a FligêCine de 2019, mostrando a estrutura das competições, os jurados, os estilos de performance e os bastidores da Copa do Mundo da Poesia. Performando uma poesia que fala de desigualdade social, e que deixou um gostinho de quase campeã, Roberta finaliza: “qual a diferença de ser escravo do dinheiro ou do feitor?”. 

Texto: Raquel Lemos | Fotos: Karen Almeida


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