As discussões acerca do tema do afrofuturismo, na Fligê, chegaram até a Vila de Igatu, com a Fligê&TU nesta sexta (16). Com a participação da antropóloga, pesquisadora e professora Jamile Borges, a Feira realizou, em mais um ano, parte da sua programação na Galeria Arte & Memória.
No bate-papo, Jamile Borges fez questão de abordar a necessidade de dar cada vez mais voz ao povo negro, para que ele mesmo narre suas histórias. “Estamos cansados de ver apenas as narrativas da escravidão, precisamos mostrar nossas insurreições, as pessoas têm que entender que existe um antes e depois”.
Escolhida como consultora da Fligê 2019, Jamile Borges também disse que é preciso pensar em como recompor a história e memória das populações afrodiaspóricas no mundo. “Quando eu fui convidada para ser consultora da Feira, eu tive esse cuidado e preocupação de que a gente pudesse tratar disso que a gente chama de devir-negro”.
E não poderia existir lugar melhor que a Galeria Arte & Memória, do artista plástico e curador Marcos Zacariades, como espaço para essas questões. “Este lugar existe para isso, ele é preenchido com essas coisas, mais do que nunca, nesse momento, espaços assim precisam existir, roda de conversa como essas precisam acontecer, e a Fligê é um ponto muito significativo da agenda anual da galeria.
Além do bate-papo com Jamile, um grupo de alunos da Escola Municipal Eurico Antunes e Mulheres de Igatu participaram da Fligê&TU com a leitura de poesias.
Texto: Joana Rocha | Fotos: Vinícius Brito