Homenagem a Castro Alves – Castro Alves: A Praça é do Povo
Local: Praça do Coreto
A videoinstalação “Castro Alves – A Praça é do Povo” convida o público a uma experiência sensorial, em que o popular coreto de Mucugê se transforma na proa d’um navio, dando vistas ao mar de gente – brigue que contempla o céu.
As sete velas erguidas são as telas, donde os rostos negros são projetados e suas vozes ecoam a poesia. O protagonismo negro instaura o lugar de fala e a ancestralidade daqueles que foram a inspiração eu-lírica das obras: “Espumas Flutuantes” (1870) e “Os Escravos” (1883). O título é um convite ao público para atentar-se à simples sentença: a praça (espaço público) é (permanente direito) do povo (todos os povos étnicos abrigados na pátria brasileira).
Povo este que hoje se finca de pé sobre as memórias de luta deste Brasil, sobre seus largos e suas ruas.
Os mastros que sustentam esta proa de liberdade – donde o povo negro fala e ocupa lugar de comando – servem de altar aos militantes e ativistas do movimento negro brasileiro; brindam o futuro distante do passado pela diáspora assoreada e embalam as ondas da mudança.
É preciso se deslocar, como corrente de água ou ar, ser livre nas praças, percorrer outros corpos, acessar a empatia, marcada na escrita de Castro Alves pela capacidade de descrever a dor do outro. Sê livre, és gigante, verso de Castro Alves, é a tradução da narrativa dos navios negreiros da atualidade pela voz dos refugiadas, escravizadas e encarcerados em todas as épocas/ tempos.
Ficha Técnica: Ester Figueiredo (curadoria) | Vinicius Gil – Purki (concepção) | Ayume Oliveira (direção e edição) | Edilando Ferraz (coordenação de montagem) | Tamara Chéquer (produção audiovisual) | Thaty Roots e Uasney Prado (montagem) | Augustinho Moreira (mixagem de som)
Navio Negreiro – Hansen Bahia
Local: Casa ConVerso
Auto da Gamela – Silvio Jessé
Local: Ateliê Silvio Jessé