Um encontro inédito aconteceu durante a quarta edição da Feira Literária de Mucugê – Fligê: o I Encontro de Rede de Curadores de Feiras e Festas Literária da Bahia. A ideia é, a partir dessa oportunidade, deslanchar uma política efetiva de cultura do livro e da leitura no Estado, onde já se realizam mais de 20 eventos do tipo e não param de surgir novos projetos. Tanto que foi aprovada a criação de um grupo de trabalho para elaborar um documento com as linhas gerais visando a formação de uma rede. A proposta será apreciada durante a próxima Feira Literária de Cachoeira (Flica), em outubro.
Coordenado pelos secretários estaduais de Educação (SEC), Jerônimo Rodrigues, e de Cultura (Secut), Arany Santana, o diretor da Fundação Pedro Calmon, Zulu Araújo, a curadora da Fligê, Ester Figueiredo, o encontro teve a participação do deputado federal Waldenor Pereira, membro do Coletivo Lavra, que promove a Fligê.
Realizado na Câmara de Vereadores de Mucugê, reuniu secretários municipais e educadores de 15 municípios de diferentes regiões do estado, interessados em realizar suas próprias feiras, ou que já as fazem e querem trocar experiências: Andaraí, Jequié, Mucugê, Salvador, Canudos, Ibiquira, Feira de Santana, Palmeiras, Ilhéus, Barra da Estiva, Ituaçu, Castro Alves, Seabra, Ibicoara e Caetité.
O secretário Jerônimo Rodrigues definiu a ideia do encontro: “essa é uma tentativa muito mais concreta de uma articulação de curadoras e curadores de feiras literárias da Bahia, de organizar uma agenda, uma estratégia, uma concepção. Para quem já tem um calendário existente de feira, a gente fortalece, de forma conjunta. É intercambiar as experiências. E quem não tem, mas deseja, a gente dá um suporte, apoio para evitar e reduzir possíveis equívocos”.
Segundo o secretário, o importante é aglutinar os atores envolvidos nos eventos literários, “pessoas que fazem isso, municípios, universidades, editoras, parlamentares, como temos aqui na Fligê o apoio dos deputados Waldenor Pereira e José Raimundo, presentes nesta agenda, voluntários e estudiosos. Nosso objetivo é fortalecer uma política estadual de festas e feiras literárias na Bahia”.
Para a secretária Arany Santana, o encontro marca a entrada definitiva da Educação nas festas literárias. “A Fligê mostra sua maturidade quando apresenta um encontro que tem o objetivo de ampliar essa rede cultural pela Bahia. Nós, da Cultura, que já estamos neste caminho, recebemos a Educação com uma grande perspectiva de fortalecimento das feiras literárias que podem agregar muito ao processo de aprendizagem de estudantes na Bahia”, disse.
A realização do Encontro surgiu das conversas para organização desta edição da Fligê, entre a curadoria e os órgãos estaduais envolvidos. “As pessoas sempre nos procuram para saber como se organiza uma feira literária e, nas conversas com os secretários de Educação e de Cultura, pensamos em realizar um encontro, ou pelo menos um bate-papo, na perspectiva de se formar uma rede”, conta Ester Figueiredo.
FLIGÊ É DESTAQUE – A experiência exitosa da Fligê, que tem atraído interessados em fazer suas próprias feiras foi destacada pela maioria participante do encontro. Falando em nome do prefeito de Mucugê, Manoel Luz, o secretário municipal de Cultura, Turismo e Meio Ambiente, Euvaldo Ribeiro Júnior foi o primeiro a exaltar o evento: “o povo de Mucugê abraçou a feira e nós parabenizamos a professora Ester e o deputado Waldenor Pereira. Hoje, a Fligê é uma das maiores feiras literárias das Bahia”.
Marilene Bastos, secretária de Educação de Mucugê, também elogiou: “a gente vê a Feira como um dos mais importantes eventos do município, porque ela deixa um legado nas escolas, na juventude, de incentivo à leitura e à formação de novos leitores”.
A Fligê é realizada em parceria entre o Instituto Incluso, o Coletivo Lavra e o Governo do Estado da Bahia, por meio de diversas secretarias, como as da Cultura e Educação, e com o patrocínio do Governo Federal.
Texto: Joana D’Arck | Fotos: Vinícius Brito