“É duro, é triste e é muito, muito bonito. A poesia popular flui nele em veia tão autêntica quanto se saísse da boca de um cantador”. O elogio ao texto de Carlos Jehovah e Esechias Araújo Lima é da escritora Rachel de Queiroz, publicado na primeira edição de “Auto da Gamela”, em 1980. Agora, selecionado pelo Selo Fligê 2019, o livro ganha sua segunda edição, revista, ampliada e com ilustrações de Silvio Jessé, publicada pelo programa Alba Cultural, da Assembleia Legislativa da Bahia.
O texto narra, em versos extremamente inspirados, o nascimento, a curta e sofredora vida e morte de uma criança nordestina. Além de Vitória da Conquista, Brumado e Salvador, foi lançado no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, no Espírito Santo e na VI Bienal do Livro de Portugal, em Lisboa. “É um grande e belo poema. Um poema raro para os dias atuais, de mentiras, falsidades e mistificações. Versos que têm gosto de terra, de tristeza e de sofrimento”, escreveu Mário Cabral, no A Tarde, em 1981.
“Mais que uma homenagem aos escritores, a reedição de ‘Auto da Gamela’ é na verdade um tributo a esses dois importantes nomes da cultura conquistense e da literatura baiana”, afirma Ester Figueiredo, curadora da Fligê. “A obra continua atual e tem uma intensidade poética que comove o leitor, em conteúdo e em forma”.
Na programação da Fligê, o lançamento da segunda edição do “Auto da Gamela” acontece no domingo (18), às 10 horas, no Ateliê Silvio Jessé, com a presença dos autores.
A Fligê é uma realização em parceria do Instituto Incluso, Coletivo Lavra e Governo do Estado, com patrocínio do Governo Federal.