Amor, solidão, desejo, sexo, paixão. Sentimentos invisíveis aos negros que possuem papéis secundários nas literaturas mais conhecidas são descritos e escritos por Rita Santana, escritora ilheense e professora de literatura, convidada para a Rota da Palavra II intitulada Diálogos insubmissos de mulheres negras.
O nome vem do projeto criado por Dayse Sacramento, professora de literatura do Instituto Federal da Bahia (IFBA), inspirado no conto Insubmissas lágrimas de mulheres de Conceição Evaristo, para debater a mulher negra na sociedade.
Na Fligê, Dayse Sacramento convidou Rita Santana para falar sobre suas obras, o processo de criação, projetos e contou que a importância dessa união é que “a gente se sustenta muito mais em rede”, explicando que a ação coletiva das mulheres negras é a base do movimento, já que, dessa forma, fica mais difícil deslegitimarem o movimento.
Por isso, afirma Santana, é uma honra estar na Fligê, encontrando mulheres “combatendo o racismo, o feminicídio, mulheres artistas, sensíveis, que estão traduzindo o mundo junto comigo”. Para a escritora, ser insubmissa nesse mundo é “doloroso, mas é necessário, já que estamos nesse mundo juntas na tentativa de mudar essas estruturas patriarcais perversas e selvagens”.
E foi justamente isso o que tocou Ana Maria Pereira, professora aposentada de Vitória da Conquista, que veio à Fligê após ver a casa dos Diálogos insubmissos de mulheres negras na Feira Literária de Parati (Flip) e ficar interessada pelo uso da palavra insubmissa. “Eu achei muito pertinente o que a Rita Santana disse sobre a nossa necessidade de conquistar um espaço e de ser insubmissa”, destacou.
A Feira Literária de Mucugê segue até domingo, 19, na Chapada Diamantina. A Fligê tem co-realização do Instituto Conquistense de Inclusão Social e Estado da Bahia, e conta com o patrocínio do Governo Federal.
Confira a programação!
Texto: Victória Lôbo | Fotos: Vinícius Brito