A fila não acaba nunca. Vai se refazendo, sempre muito grande, dando voltas na Praça dos Garimpeiros. É a distribuição de livros da editora da Assembleia Legislativa da Bahia – Alba, que mais uma vez se confirma como uma das grandes atrações da Feira Literária de Mucugê – Fligê, que vai até domingo, 19.
Assim que o estande foi aberto, às 9 horas deste segundo dia da feira, o povo começou a se enfileirar para a distribuição de livros. São jovens estudantes e adultos, em sua maioria, visitantes ou moradores de Mucugê, interessados nas publicações do amplo catálogo da editora do legislativo baiano, que está disponibilizando gratuitamente mais de seis mil livros de 70 títulos do seu catálogo.
O grande interesse demonstrado pelo público desde a primeira edição da Fligê, em 2016, levou a instituição a ampliar a quantidade de livros. Segundo Harley Adriano, responsável pela distribuição, “foram 3 mil livros na primeira feira, 5 mil na segunda e 6.400 agora”, comparou.
A estudante Geisiane, 15 anos, moradora de Mucugê, foi uma das primeiras a se postar na frente do estande. Levou o livro O telefone dos mortos, de João Carlos Teixeira Gomes. “Venho na feira desde a primeira vez. Só agora estou levando este, que me interessei pelo que li na contracapa”.
Estreante na Fligê como leitor e escritor cordelista, Jabson Costa, 18 anos, autor do cordel Aos trancos e barrancos pro meu Nordeste eu voltei, levou um livro de cordel sobre a guerra de Canudos. “Vi que estavam distribuindo livros aqui e consegui um com o qual me identifico, que traz um enredo grande pra mim, algo que vai somar no meu mundo do cordel”.
Na Fligê do ano passado, a Alba apresentou duas novidades: a obra do escritor Américo Chagas, intitulada O chefe Horácio de Matos, uma biografia de Horácio de Matos, fundador do município e representante histórico da Chapada Diamantina; e o romance a Bugrinha, da trilogia da série sertaneja de Afrânio Peixoto (1876/1947), autor baiano, nascido em Lençóis e homenageado da primeira Fligê.
Nesta terceira edição, vai lançar Maria Dusá, de Lindolfo Rocha, uma história ambientada na região do garimpo de diamantes da Bahia, em 1860. E ainda lança neste sábado, 18, o selo da parceira com a Fligê, com o livro Composições entre sertões e chapadas, organizado pela curadora da feira, Ester Figueiredo.
Texto: Joana D’Arck | Fotos: Lari Carinhanha e Joana D’Arck