Mucugê recebe primeiro lançamento da Revista Olympio na Bahia

Publicação independente sobre literatura, a Revista Olympio nasce num mercado descrente para as publicações impressas e numa situação política que exige, segundo Maurício Meirelles, “apostar no poder das ideias, pensamento e do afeto”. A revista foi lançada na noite do dia 18, na terceira Feira Literária de Mucugê – Fligê, após ter passado por Lisboa, Belo Horizonte e Paraty.

Para Meirelles, que representou a equipe editorial no lançamento, disse que remeter ao contexto em que vivemos é um papel social que é feito com a revista, que tem conteúdo inédito. A equipe editorial é formada pela escritora Maria Esther Maciel, o jornalista José Eduardo Gonçalves, o arquiteto Maurício Meirelles e o designer Júlio Abreu e contém textos de pessoas de vários lugares do Brasil e, também, do exterior.

O editor disse que o espaço da literatura está desaparecendo, “os textos dos jornais estão cada vez mais curtos, isso é sintoma de perda de subjetividade”. Maurício Meirelles disse ainda que falta tempo para ruminar os textos e a rapidez com que eles devem ser escritos faz com que se perca a análise e a profundidade.

Em contrapartida a isso, a Revista Olympio traz um conteúdo inédito, com perfis, ensaios fotográficos, textos literários e um trecho do livro de memórias de Silviano Santiago, que só será lançado 2019. Meirelles explicou que a imagem tem autonomia na revista, sendo colocada sem explicações. A publicação atualmente é semestral, mas a equipe editorial tem a intenção de que seja trimestral.

Rodrigo Soares é professor do curso de letras na Universidade Estadual da Bahia (Uneb) e se interessou pela mesa por encontrar a revista nos stands da Fligê e folhear. Ele diz que “é muito interessante encontrar publicações de cunho literário, já que é algo que não é comum na atualidade”. Ele diz ter gostado da discussão e espera que a ideia perpetue, para que surjam outras novidades na área.

Na mesa, Maurício Meirelles também comentou o lançamento do seu livro infantil Birigui, que havia sido lançado na Fligêzinha. Disse ter se emocionado pelo público infantil cheio de carinho presente e pela adaptação teatral feita do livro.

Texto: Victória Lôbo | Fotos: Lari Carinhanha


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