Conhecida como “uma pensadora sem fronteiras”, com forte engajamento em questões filosóficas e políticas, a professora de Filosofia e escritora Márcia Tiburi já publicou diversos livros, o mais recente é “Feminismo em Comum” (2018). Suas obras transitam pelas temáticas do feminismo, racismo, classismo, feminicídio e genocídio indígena.
Na Fligê:
Dia 17, às 21h – Rota da Palavra “Resistências e afetos para lançar mundos no mundo” (participação por vídeo)
Local: Centro Cultural
Obra mais recente: Feminismo em comum – Para todas, todes e todos (Ed. Record, 2018)
Primeiro livro feminista escrito pela filósofa Marcia Tiburi, autora do sucesso Como conversar com um fascista. Lançamento do selo Rosa dos tempos.
Podemos definir o feminismo como o desejo por democracia radical voltada à luta por direitos de todas, todes e todos que padecem sob injustiças sistematicamente armadas pelo patriarcado. Nesse processo de subjugação, incluem-se todos os seres cujo corpo é medido por seu valor de uso – corpos para o trabalho, a procriação, o cuidado e a manutenção da vida e a produção do prazer alheio –, que também compõem a ampla esfera do trabalho na qual está em jogo o que se faz para o outro por necessidade de sobrevivência.
O que chamamos de patriarcado é um sistema profundamente enraizado na cultura e nas instituições, o qual o feminismo busca desconstruir. Ele tem por estrutura a crença em uma verdade absoluta, que sustenta a ideia de haver uma identidade natural, dois sexos considerados normais, a diferença entre os gêneros, a superioridade masculina, a inferioridade das mulheres e outros pensamentos que soam bem limitados, mas ainda são seguidos por muitos.
Com este livro, Marcia Tiburi nos convida a repensar essas estruturas e a levar o feminismo muito a sério, para além de modismos e discursos prontos. Espera-se que, ao criticar e repensar o movimento, com linguagem acessível tanto a iniciantes quanto aos mais entendidos do assunto, Feminismo em comum seja capaz de melhorar nosso modo de ver e de inventar a vida.
“O feminismo nos leva à luta por direitos de todas, todes e todos. Todas porque quem leva essa luta adiante são as mulheres. Todes porque o feminismo liberou as pessoas de se identificarem como mulheres ou homens e abriu espaço para outras expressões de gênero – e de sexualidade – e isso veio interferir no todo da vida. Todos porque luta por certa ideia de humanidade e, por isso mesmo, considera que aquelas pessoas definidas como homens também devem ser incluídas em um processo realmente democrático.” – do capítulo “Para pensar o feminismo”.