Sua obra aborda genocídio da juventude negra, identidade, feminismo, religiosidade e ancestralidade com vigor poético que traduz leveza na denúncia social! Metáforas da água compõem a sua lírica. “Dia bonito para chover” é seu mais recente livro (2017), com poética sobre solidão de mulheres negras e ausência de afetos. Em “Água Negra” (2011), seu livro de estreia, em matéria de poesia, já traduz sua intimidade com as palavras, engendrando táticas que desafiam a opressão da vida e a condição de subalternidade.
Na Fligê:
Dia 17, às 15h – Mesa de Conversa “Conceição Evaristo em laços de afetos”
Dia 19, às 19h – Conferência de Encerramento: “Poesia: Palavra de Água”
Local: Centro Cultural
Sessão de Autógrafos: Dia Bonito pra Chover (Ed. Malê, 2017)
O livro Dia bonito pra chover é uma dessas coisas novas que o amor tem para contar. Rumas de corais feitos de palavras que, mesmo narrando vivências de correntezas, ainda guardam o tempo das conversas de semear os dias. Poemas que alcançam aquela nota mais alta da música. Um espelho da profundidade e faceirice que é a autora, Lívia Natália. Percebe-se: ali mora a magia e o tempo das noites frias. Ali é onde cravejado os olhos infantis vê-se que o amor não é uma mordaça e sim a oportunidade ser única. Nas linhas que brotam em cada página “se amostram” um lado lua tão forte e inevitável quanto a nuvem que precipita chuva e cai derramando-se nos mistérios de um Rio. Lê-lo é desvela-se. Revolver-se. É sim! Aquela água toda. Aquela força toda. Aquela profundeza de dar medo. Versos que benzem tinos, rezam rumos, curam juízos abalados, lavam bocas maledicentes. Uma torrente que tudo flui e penetra, até mesmo as mais áridas almas. O que há dentro aqui? Uma porção de fluidos de “Palma da Rainha”. As águas frias e banzadas da Lagoa de Abaeté. Segredos e anseios de palha da costa por cima do barro. Assim segue tsunami que anseia tomar cidades. Um livro (ELA). Um poço sem fundo.