A lotação e o grande movimento da Feira Literária de Mucugê – Fligê são proporcionados por diversos eventos, como a mesa Literatura, memória e tons da palavra, apresentada pelo presidente da Fundação Pedro Calmon, Zulu Araújo, nesta sexta, 17, no Centro Cultural.
“O debate tratou de três dimensões da literatura. A dimensão memorialística conta ou deixa de contar a nossa história, onde abordo os apagamentos históricos que aconteceram na história do Brasil e da Bahia. Também são abordadas as questões das desigualdades e, sobretudo, da luta permanente que todos nós devemos ter para que este país alcance a liberdade, a fraternidade e a liberdade. A linha que nos conduz é a literatura como ato de resistência, contando com a presença da mulher negra na literatura brasileira, que é tema deste evento”.
Da plateia, a professora da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Marcia Cozzani, acompanhou a mesa apresentada por Zulu. “É importante observar que temos a participação de professores e alunos. E Zulu fala da memória apagada, trazendo dados da discriminação racial no país”.
Segundo ela, muitas dessas informações que Zulu apresenta não são encontradas nos livros didáticos. “Há um silenciamento sobre a história da discriminação racial no Brasil. Essa é uma oportunidade de falar sobre esses aspectos, especialmente para professores, que participam da formação dos alunos, ajudando no desenvolvimento de um olhar crítico”.
Texto: Raul Rodrigues | Fotos: Mateus Pereira (GOV-BA)