O projeto O Elixir da História: doses de letras e vozes na narrativa interconectadas, apresentado na terceira Feira Literária de Mucugê, tem por objetivo levarem os alunos das escolas municipais e privada da cidade a serem protagonistas de suas histórias, por meio da produção de vídeos. Trazendo um novo olhar para a cultura local, os alunos deixaram os bancos das escolas e saíram às ruas, becos e comunidades rurais de Mucugê, para pesquisar, documentar e reviver as histórias, causos e lenda locais.
A aluna do oitavo ano, da Escola Reunidos Dr. Rodrigues Lima, Maria Eduarda, de 13 anos, produziu um minidocumentário sobre o terno das almas, que é uma festa religiosa que acontece no período da Semana Santa, na qual as pessoas saem às ruas para fazer orações e lamentos pelas almas. Segundo a aluna, a produção do vídeo é uma forma de valorizar a tradição e preservação da memória de Mucugê. E, para ela, “retratar a história da cidade por meio de um vídeo é uma de forma de fazer com que outras pessoas conheçam a história e guarde na memória”.
Para Tales Rocha, de 14 anos, aluno do nono ano da mesma escola, a produção do vídeo foi uma forma dele conhecer a história da cidade e reafirmou que a produção do vídeo servirá para preservar a história. “É bom para nós, mais novo, sabermos o que nossos pais, avós e tios vivenciaram no passado. Relembrando isso, a gente queria reproduzir também o que eles faziam e participar mais cultura da cidade”.
Lana Sheila Rocha, coordenadora pedagógica da Fligê, conta que a cada ano, a feira tem a proposta de criar um diálogo com a comunidade. “Na primeira edição, foi um livro de memória, crônicas. Na segunda, foi fotopoemas, uma poesia a partir das fotos que os alunos mesmos fizeram. E nesta edição, que a gente trabalha com o tema Literatura e resistência: a vida nos rastros da palavra, se pensou em trabalhar a questão da oralidade, dar voz aos alunos fazendo os recolher e reconhecer as histórias locais”.
Lana também completou que os vídeos, que agora podem ser acessados na plataforma digital do Youtube, “irão servir para preservar a memória, primeiro porque está na rede e isso conecta com mundo. A história da Mucugê não está mais aqui, está no mundo”, explica.
Para a secretária municipal de Educação e Esporte, Marilene Oliveira, a atividade de produção do minidocumentário foi uma forma de fazer com os alunos conhecessem as histórias e valorizassem a cultura local. “Tem muita coisa de Mucugê que os nossos alunos não conhecem, da zona rural e até aqui mesmo, dentro da sede. É um momento que faz com que os alunos conheçam as histórias deles mesmos e busquem preservar essa história”, relatou a secretária.
Para assistir aos vídeos produzidos, acesse o canal da Fligê no Youtube.
Texto: Jhou Cardoso | Fotos: Ailton Fernandes