Crianças conhecem Birigüi, o menino de Maurício Meirelles

“Meu primeiro leitor é sempre o meu filho”, isso foi dito pelo escritor Maurício Meirelles às crianças que estavam no espaço Fligêzinha, neste sábado, 18 de agosto. Maurício é o autor de Birigüi, livro que conta a história de um menino que passa por um ritual de iniciação, sua primeira caçada, ao lado de seu pai caçador e do seu irmão mais velho.

Antes do bate-papo com os pequenos leitores, o escritor assistiu, com eles, à leitura de trecho do texto feita por atores da CazAzul. “É um livro muito bonito e muito forte, que mexe com o nosso imaginário, toca até a gente que diz que não é mais criança, foi um prazer montar essa leitura, muito gratificante e foi uma honra tê-lo como ouvinte”, conta a atriz Hannah Abner, que dirigiu a interpretação.

Maurício nunca tinha ouvido a história da forma como foi apresentada. Gostou de ver e ouvir, mas principalmente de assistir à reação das crianças. “Esse encontro com o público é muito importante, é uma experiência muito rica. As crianças são absolutamente sinceras, não tem a censura do mundo adulto, às vezes uma certa hipocrisia. As crianças são os leitores mais difíceis”, avalia. “Essa é a melhor experiência que o escritor pode ter”.

Durante a contração da história, atentas, as crianças reagiam às falas e demostravam ter entrado no universo e no dilema de Birigüi. “É uma história que coloca o íntimo dele, ele está dividido, tem um carinho e um amor pelos animais, mas ao mesmo tempo, uma admiração e um temor pelo pai. São sentimentos próprios de nós, seres humanos”, revela o autor.

Provocadas, as crianças participaram com perguntas para o escritor. Queriam saber sobre suas inspirações, sobre seu processo de escrita e sobre sua carreira de escritor. Uma dessas crianças era a pequena Maria Heloísa, de 9 anos, da cidade de Piatã, que ama os animais e quer ser veterinária e escritora quando crescer. “A história é incrível, muito boa. Gostei muito da Fligê”.

“Esses eventos de promoção da literatura, do livro, da leitura, para a reflexão e o engajamento, é da maior importância. No caso dos pequenos, dos jovens leitores, a Fligê é uma oportunidade de tê-los em contato com os autores, o que é sempre uma experiência muito rica, tanto para a criança quanto para o autor”, afirma Meirelles.

Após a leitura e o bate-papo, Maurício autografou o livro no estande da Fligê, na Praça dos Garimpeiros.

Texto e fotos: Ailton Fernandes


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