No ritmo da Filarmônica 23 de Dezembro e da Fanfarra do distrito de Guiné foi iniciada as atividades da terceira edição da Feira Literária de Mucugê. “O desfile é um momento de mostrar o folclore da cidade e o trabalho de 118 anos da Filarmônica”, conta o maestro Dorival Ferreira.
Já é tradição o desfile pelas ruas do centro histórico que desperta a atenção dos moradores e visitantes como chamamento para a grande festa literária da Chapada Diamantina. “O desfile simboliza o trabalho de um ano que se materializa com a presença das escolas e todo o envolvimento dos alunos, professores e diretores com esse momento inaugural da Fligê”, relata a curadora da Feira, Ester Figueiredo.
Desfile – A composição do desfile é dividida em quatro pelotões, onde alunos da rede pública e privada de ensino narram, com vestimentas e acessórios, a história e o folclore da cidade. Os estudantes interpretam os “garimpeiros” – fundadores; “cães de Loi” – mascarados que saem no carnaval; “terno de almas” – costume da Semana Santa; e o “enterro do ano” – realizado no final do ano.
Responsável por resgatar a cultura e o folclore de Mucugê, Aloísio Paraguassu, conhecido por Loi, diz que as manifestações culturais foi um jeito que encontrou para que as pessoas antigas relembrassem e as novas soubessem das coisas que aconteciam na cidade. “Quem nunca assistiu pode ver o passado de Mucugê e tá vendo a cultura reviver”, completa.
“Esse evento é de uma importância muito grande para a população de Mucugê, assim como para as escolas, pois é o momento que a gente vai inserir as crianças na cultura da leitura e a gente fica muito feliz em ter a oportunidade de aproveitar tanta coisa boa da Feira”, diz a diretora da Escola Lapidar, Virgínia Oliveira.
“Nos sentimos honrados e felizes, porque também nos sentimos homenageados de uma certa forma, além de ter os escritores e a literatura tão aflorada em nossa cidade. É de uma alegria imensa ter nossos alunos envolvidos, é recompensador”, comemora a coordenadora das Escolas Reunidas Doutor Rodrigues Lima (ERDRL), Maria Aparecida Novaes.
“Como aluna posso mostrar a beleza da minha escola e a cultura da cidade e da região que moro”, diz a aluna da Escola Eurico Belo, Maria Eduarda.
Cidade envolvida – Quando os pelotões passam pelas ruas, moradores e visitantes param o que estão fazendo e prestigiam entusiasmados o desfile pelas ruas do centro histórico. “A cidade e o evento são muito convidativos. Como bibliotecária, me interesso muito por literatura e livros, aqui tudo isso atrai”, afirma Rejane Ribeiro, turista de Feira de Santana.
Para o cartógrafo Roberto Sapucaia, morador de Mucugê, “o evento é muito interessante e enriquece a cidade, pois as pessoas ficam mais bem informadas e os alunos podem se inteirar mais sobre cultura”.
O desfile terminou na Praça dos Garimpeiros, onde o Coro Livre de Mucugê apresentou clássicos do cancioneiro popular.
A terceira edição da Fligê acontece entre os dias 16 e 19 de agosto de 2018, com o tema Literatura e Resistência: a vida nos rastros da palavra, apresentada em mesas de conversa, encontros literários, leituras performadas, contação de estórias, oficinas e outros formatos artísticos.
Texto: Joana Rocha | Fotos: Lari Carinhanha e Vinícius Brito